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Sumos diluídos e colas: os segmentos mais afetados pelo novo “imposto do açúcar”

Por a 18 de Julho de 2017 as 16:18

O consumo de “soft drinks” em Portugal caiu 13,1%, em volume, nas quatro semanas seguintes à entrada em vigor do imposto sobre bebidas açucaradas (1 de fevereiro de 2017), revelam os mais recentes dados da consultora Nielsen.

O efeito do novo “imposto do açúcar” no consumo de refrigerantes foi imediato. Nas quatro semanas após a sua entrada em vigor, o preço médio por litro (sem promoção) das “soft drinks” registou um aumento de 10 cêntimos e a categoria verificou uma queda de 13,1% em volume de vendas.

No total do primeiro semestre de 2017, as vendas destas bebidas reduziram 6%, em volume, para os 149 323 mil litros vendidos nas lojas de retalho. No entanto, uma vez que os preços ostentam uma subida de 14%, as vendas em valor subiram 13% nos primeiros seis meses do ano, face ao mesmo período do ano anterior, para 131 100 mil euros.

Os segmentos que mais perderam volume de vendas foram os sumos sem gás diluídos, que registam 15,7% menos unidades vendidas no primeiro semestre face ao período homólogo, e as colas, com uma quebra de 13,6%. Por outro lado, estas bebidas observam aumentos de preço de 31,2% (sumos sem gás diluídos) e 21,3% (colas) no mesmo período.

“Desde a implementação do aumento do imposto sobre o açúcar, notam-se aumentos significativos de preço em todos os segmentos de ‘soft drinks’ e uma clara quebra de volumes, especialmente na primeira semana”, comenta Margarida Baptista, Client Consultant Senior na Nielsen. “Os segmentos não afetados por este imposto (como os néctares 100%) apresentam aumentos de preço menos significativos e, consequentemente, crescimentos de volume que contrariam a tendência negativa das ‘soft drinks’”.

Bebidas saudáveis em direção oposta

Ao contrário dos refrigerantes, o volume de vendas de néctares e sumos naturais cresceu 4% e 27%, respetivamente, ainda que se apresentem ao público com preços “muito superiores”.

Esta dinâmica é reflexo da maior preocupação dos consumidores portugueses com a saúde, que também tem impacto na quebra do consumo de bebidas açucaradas. Segundo um inquérito online levado a cabo pela consultora, 60% dos consumidores admite estar atento aos valores de açúcar presentes na tabela nutricional de bebidas com açúcar e 50% sabe a quantidade de açúcar ingerida em cada bebida.

De acordo com o “feedback” dos portugueses, as marcas de bebidas ainda têm um longo caminho a percorrer no que diz respeito à oferta de opções mais saudáveis. 78% dos consumidores lusos considera as porções de açúcar existentes nas bebidas ainda demasiado elevadas e 84% refere que diminuir a quantidade de açúcar poderá levar a um maior controlo do peso.

Leia também: Consumo de refrigerantes cai 72% em 3 meses de imposto

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