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Pingo Doce reduz prazo de pagamento aos produtores nacionais para 10 dias

Por a 4 de Abril de 2012 as 14:39

O Pingo Doce (Jerónimo Martins) e a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) assinaram hoje [Quarta-feira] um acordo que consiste na antecipação dos prazos de pagamento por parte do retalhista para 10 dias em vez dos actuais 60 dias.

Na conferência de imprensa que marcou a apresentação desta iniciativa, João machado, presidente da CAP congratulou-se com o facto de “um distribuidor nacional estar sensibilizado para esta questão extremamente importante para os agricultores portugueses”.

Classificando a situação vivida na agricultura portuguesa de “muito difícil e preocupante”, João Machado adiantou que uma das questões mais preocupantes está na “falta de acesso ao crédito por parte dos agricultores”, colocando a maioria dos produtores com uma “enorme falta de liquidez”, além do aumento de custos e da seca.

Esta medida, sem quaisquer custos financeiros para os agricultores, abrange 402 fornecedores e 700 produtores, resultando dos esforços continuados desenvolvidos pela CAP com vista à sensibilização dos vários agentes para a difícil situação socioeconómica em que se encontram os agricultores portugueses, a que se juntaram evidências sustentadas de dificuldades de acesso a soluções de financiamento diagnosticados pelo Pingo Doce junto de muito dos seus fornecedores nacionais de produtos do sector primário, designadamente pequenos e médio produtores “com modelos de negócio viáveis, mas cuja sustentabilidade está ameaçada pelo enquadramento económico financeiro”, justificou Pedro Leandro, director Comercial do Pingo Doce.

Com uma duração inicial de 12 meses, o responsável comercial pela insígnia de retalho alimentar do grupo Jerónimo Martins garantiu que esta medida, de carácter extraordinário, não pressupõe a renegociação dos actuais contratos, efectuando-se, simplesmente, uma adenda aos actuais acordos existentes entre os produtores e o distribuidor.

“Decidimos que era tempo de agir”, disse Pedro Leandro, justificando a medida com “a importância da subsistência da produção nacional e da nossa própria cadeia de abastecimento, já que a estratégia do Pingo Doce passa por estar próximo das pessoas e garantir que a produção nacional continue é uma forma de mantermos essa proximidade”.

Estes fornecedores representam cerca de 50% dos fornecedores nacionais de perecíveis do Pingo Doce e cerca de 25 da totalidade da insígnia e terá um impacto “entre 80 a 100 milhões de euros para o Pingo Doce”, antecipou Pedro Leandro, salientando ainda que “esta medida traz benefício para todos e é nossa intenção solidificar as relações com a produção”.

O responsável do Pingo Doce deu como exemplo a época da Páscoa em que a insígnia precisa de um abastecimento massivo de borregos e que “não havendo em Portugal teremos de recorrer à importação”, fazendo ainda referência a outras culturas como os legumes e frutas, carne, peixe ou flores.

Do lado da CAP, João Machado frisou os protocolos já existentes com a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), revelando que existem contactos com outros grupos. “Embora esta seja a primeira iniciativa do género, esperamos que outros adiram a medidas semelhantes e que ajudem a produção nacional”, frisou o presidente da CAP, salientando que “estamos a falar de um sector muito importante para a economia nacional”, deixando também claro que, caso a iniciativa impusesse contrapartidas de desconto “a CAP não aceitaria este protocolo”.

 

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