Distribuição Homepage Newsletter

“Esperamos que a procura se mantenha nos níveis de 2022”

Por a 5 de Dezembro de 2022 as 16:12
Sérgio Ovelheiro, Bricomarché

O Bricomarché terminará o ano com 51 lojas em Portugal. A insígnia abriu recentemente uma loja em Odivelas. Para o início de dezembro está prevista a abertura de outro ponto de venda em Águeda. “Em 2023, queremos continuar a investir na nossa política de expansão, principalmente em zonas mais deslocadas dos centros urbanos para impulsionar economicamente essas mesmas regiões, criar mais postos de trabalho e disponibilizar todos os nossos produtos e serviços a uma fatia mais alargada da população”, revela Sérgio Ovelheiro, em entrevista ao Hipersuper.

Filipe Pacheco

Qual a estratégia da insígnia em Portugal?
O Bricomarché, enquanto insígnia do Grupo os Mosqueteiros dedicada a equipamentos de bricolage, casa e jardim, está presente em Portugal desde 1998, ano em que abriu o seu primeiro ponto de venda em Almada. Atualmente contamos com 40 aderentes, empresários independentes, com cerca de mil colaboradores e representamos mais de 91 mil metros quadrados, num total de 50 pontos de venda disponíveis para os clientes, de Norte a Sul de Portugal. Ao nível de estratégia nacional do Bricomarché, os nossos principais eixos de desenvolvimento prendem-se com três importantes pilares. Em primeiro lugar, no investimento nos nossos recursos humanos para potenciar uma relação de profissionalismo e confiança entre os nossos colaboradores e clientes, de forma a oferecer a melhor experiência de compra e assim garantir uma maior fidelização dos clientes. Em segundo lugar, há um forte investimento no digital, em especial no desenvolvimento do nosso site com a funcionalidade de click & collect, em que o cliente encomenda online e paga e recolhe na loja, de forma a facilitar a experiência de compra. Por último, queremos oferecer soluções cada vez mais personalizadas aos clientes, de que são exemplo o cartão de fidelidade, a assessoria de projetos com acompanhamento de profissionais dedicados e especializados nos momentos de decisão de compra e no planeamento, entregas ao domicílio, instalação de produtos e materiais, financiamento, entre outras funcionalidades.

Que quota de mercado tem a insígnia?
Em 2021, registámos um volume de negócios de 165 milhões de euros, um bom indicador após o primeiro ano da pandemia, em 2020, marcado por diversos confinamentos e pelo qual o setor da distribuição teve a necessidade de se readaptar.

Em termos de resultados, que perspetivas têm para este ano?
Este ano representou para nós um investimento de 12,7 milhões de euros para a insígnia em Portugal e prevemos uma subida no volume de negócios devido às quatro aberturas realizadas ao longo do ano. Sabemos que 2022 foi um ano marcado pela escalada dos custos dos transportes, energia e matérias-primas. A verdade é que todas estas condicionantes afetam a escolha e o poder de compra dos portugueses.
No entanto, no Bricomarché, assim como nas outras duas insígnias do grupo os Mosqueteiros, procuramos sempre manter os preços mais baixos, de forma que as famílias não sintam o peso do preço dos vários produtos que necessitam, e que melhoram a sua qualidade de vida dentro de casa.

O que esperar de 2023?
Apesar do contexto atual de inflação, que tem condicionado e impactado a carteiras das famílias portuguesas, esperamos que a procura se mantenha nos níveis que estamos a verificar em 2022. Esta realidade pode ser possível na medida em que trabalhamos diariamente para manter os nossos produtos aos melhores preços, por forma a garantir a proteção do poder de compra dos nossos clientes. Esta tem sido a nossa política principal este ano, a par da qualidade e sustentabilidade, e pretendemos que se mantenha no próximo ano face às várias previsões económicas a que assistimos diariamente. Ao nível do investimento e do crescimento da insígnia em Portugal, continuamos a apostar na abertura de mais pontos de venda em diferentes regiões do país, com o objetivo de gerar mais postos de trabalho e também impulsionar o desenvolvimento económico dessas zonas.

Que impacto a inflação está a ter nas vendas?
Outro tema que continua a estar na ordem do dia é o aumento do preço das matérias-primas e dos materiais de construção, utilizados, por exemplo, pelos consumidores para repararem algo nas suas casas ou jardins. Face a esta nova realidade, os nossos resultados demonstram que a procura tem aumentado. Consideramos que estamos em linha com o setor, que tem registado uma ligeira subida.

Como estão a acomodar o aumento de custos?
Temos feito um esforço transversal nos nossos pontos de venda para acomodar o aumento dos custos, de modo que este não se reflita de forma muito significativa no preço de venda aos consumidores. No entanto, não deixa de ser um desafio conciliar a manutenção de um preço baixo, muito devido ao aumento do custo da energia e dos transportes, tanto na fase de produção como na fase do fornecimento. Contudo, reforço que procuramos aumentar a nossa eficiência diariamente, de forma que esta realidade não seja tão sentida pelos nossos clientes.

Foto Sérgio Ovelheiro_Administrador Bricomarché (002)Quantas lojas pretendem abrir no próximo ano?
É com orgulho que acabámos de abrir a 50ª loja da insígnia, em Famões, zona de Odivelas, estando confirmado abrir mais uma loja em Águeda, no início de dezembro, terminando o ano com 51 pontos de venda em Portugal. Em 2023, queremos continuar a investir na nossa política de expansão, principalmente em zonas mais deslocadas dos centros urbanos para impulsionar economicamente essas mesmas regiões, criar mais postos de trabalho e disponibilizar todos os nossos produtos e serviços a uma fatia mais alargada da população. Temos assim previstas cinco novas aberturas, o que vai representar um investimento de 14,6 milhões de euros para a insígnia. Ainda pretendemos continuar a investir na modernização e atualização das lojas da insígnia já existentes, de modo a manter uma imagem coerente com a marca. Analisamos diariamente o comportamento do setor e as nossas metas, presentes e futuras, são definidas de acordo com a sua evolução.

Vão manter o conceito de loja?
As nossas lojas apresentam três formatos distintos – o Essencial, o Generalista e o Especialista. Estes são definidos consoante a localização em que os pontos de venda estão inseridos, assim como o seu potencial de venda. Cada um destes formatos apresenta as nossas cinco grandes áreas: Bricolage, Decoração, Jardim, Construção e Pet-Shop. Apesar destes três conceitos estarem sempre sujeitos a ajustes para irem ao encontro das necessidades dos habitantes dessa mesma zona, estão a demonstrar excelentes resultados não só ao nível de vendas, mas também nas diversas ofertas que apresentam aos nossos clientes.

Como tem sido a evolução do serviço click & collect?
Existe um forte investimento do nosso lado para continuar a desenvolver e a melhorar o nosso site de forma a promover a funcionalidade do serviço de click & collect, lançado a nível nacional durante a nossa campanha 24º Aniversário, em setembro deste ano. Este serviço, simples, prático e gratuito é, como já referido, um dos pilares de investimento e desenvolvimento da insígnia, a longo prazo.

Que impacto a disrupção das cadeias de abastecimento está a ter na operação?
Estamos todos conscientes que a situação de guerra no leste da Europa e os impactos do confinamento que ainda se fazem sentir nos mercados asiáticos têm um impacto enorme no comércio internacional e nas cadeias de abastecimento. A verdade é que não só os prazos para o aprovisionamento estão mais longos, como o custo de transporte aumentou, originando ruturas e atrasos em muitos dos nossos fornecedores. Felizmente trabalhamos maioritariamente com a nossa central de compras internacional – ARENA – que tem conseguido minimizar estes impactos.

Neste contexto económico, que medidas defende que deveriam ser tomadas pelo Executivo para o setor do comércio?
Atualmente todo o setor do comércio e distribuição encontra-se a acomodar aumentos de custos que não estão a refletir-se no preço de venda, custos estes que passam pela produção, fornecimento, transporte e ainda contando com as várias promoções que são feitas de forma a garantir o poder de compra dos consumidores.
Infelizmente, a pressão que está a ser feita na cadeia de valor vai manter-se, até porque os custos têm tendência para aumentar, apesar dos retalhistas continuarem a reduzir as margens. Neste sentido, a APED tem estado a representar o setor junto do executivo face à proposta de taxar lucros inesperados, que não irá resolver o problema do aumento dos custos de produção, nem apoiar os bons resultados deste setor para ajudar ao crescimento da economia.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *