Comércio avança com as projeções de contratação mais ambiciosas para último trimestre do ano

Os empregadores nacionais mantêm perspetivas de criação de emprego muito positivas para o último trimestre deste ano. Os dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey projetam um crescimento de 31% na criação líquida de emprego no quarto trimestre de 2022, um valor já ajustado sazonalmente e que se traduz em mais 19 pontos percentuais, em termos homólogos, e menos um ponto percentual em relação ao trimestre anterior.

O comércio, quer a retalho quer grossista, avança com as projeções de contratação mais ambiciosas para os três últimos meses do ano, seguido dos setores da indústria e das tecnologias de informação, telecomunicações, comunicação e media.

Apesar dos desafios decorrentes do conflito na Ucrânia, do aumento da inflação e da crescente incerteza económica, a procura por trabalhadores permanece em níveis elevados: 41% dos empregadores nacionais tencionam aumentar as suas equipas. Apenas 14% anteveem ter de diminuir a sua força de trabalho e 42% acreditam que irão manter o número de trabalhadores que têm atualmente.
Portugal é, aliás, o segundo país na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) com um maior aumento anual deste valor.

Projeções de contração por setor de atividade

Os empregadores de 10 dos 11 os setores analisados esperam aumentar as suas equipas neste final do ano. O comércio grossista e retalhista é o setor que apresenta as perspetivas mais positivas, com uma projeção de mais 46%, “o valor mais elevado observado neste setor desde que o ManpowerGroup começou a realizar este estudo em Portugal, em 2016”, sublinha a empresa de recrutamento, em comunicado. Este setor apresenta também o crescimento mais acentuado face ao trimestre anterior, com mais 17 pontos percentuais, e uma subida de 33 pontos percentuais na comparação homóloga.

Também o setor industrial projeta um aumento de 34% para a criação de emprego no último trimestre do ano, um crescimento de três pontos percentuais relativamente ao trimestre anterior. O otimismo é igualmente observado no setor de tecnologias de informação, telecomunicações, comunicação e media, que avança com uma projeção de mais 33%. “Não obstante, na comparação com o trimestre passado, regista-se uma diminuição considerável nas intenções de contratação deste setor, com menos 13 pontos percentuais”, ressalva a empresa.

O mesmo comportamento é observado no setor “Outras atividades de produção”, que apresenta uma projeção de mais 32%.
Os setores de restauração e hotelaria e da banca, finanças, seguros e imobiliário, por sua vez, apresentam projeções de mais 31% e mais 25%, respetivamente.

Pelo contrário, os setores com perspetivas menos otimistas, mas ainda assim positivas, são a produção primária, com mais 21%, e a educação, saúde, trabalho.