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PRR: Os projetos que prometem agitar o setor do grande consumo

Por a 15 de Agosto de 2022 as 15:19

inovacaoJá são conhecidos os primeiros 13 contratos assinados, no âmbito das apelidadas “Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial”, integrados no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). São projetos em setores tão distintos como a saúde, a floresta, a transição energética, a aeronáutica, o vinho, a indústria dos plásticos, o agroalimentar, o automóvel, a mobilidade, a ferrovia e a indústria dos videojogos. Neste artigo, resumimos os objetivos das quatro “agendas” que prometem mexer com o setor do grande consumo.

VIIAFOOD: Projeto liderado pela MC quer criar 130 produtos, serviços, embalagens e novos processos 

O projeto VIIAFOOD (Plataforma de valorização, industrialização e inovação comercial para o setor agroalimentar), liderado pela MC Shared Services, da Sonae, e coordenado pela PortugalFoods, representa um investimento de cerca de 110 milhões de euros. Recebeu 57,2 milhões de euros de financiamento do PRR, sendo o restante investimento suportado em 59% pelas 39 empresas envolvidas e em 41% pelas 23 ENESII (Entidades não Empresariais do Sistema de I&I) comprometidas com esta agenda. Quase 60% do investimento será aplicado em investimento produtivo e 36% em investigação e desenvolvimento tecnológico.

O VIIAFOOD nasceu com o objetivo de dar gás à competitividade das empresas ligadas ao setor agroalimentar português e promete desenvolver mais de 130 novos produtos, serviços e processos até 2025, em linha com as tendências nacionais e internacionais da alimentação saudável e de sustentabilidade.

Capacitar as empresas para intervir nos mercados externos de “forma competente e com argumentos de peso”, é um dos grandes objetivos do projeto, afirma José Fortunato, administrador da MC.

Este é o maior movimento do setor agroalimentar português, salienta, por sua vez, Amândio Santos, presidente do Conselho de Administração da PortugalFoods. “Com um forte investimento das empresas, preconizando um setor mais competitivo, mais digitalizado e mais sustentável, esta iniciativa contribuirá para acelerar a recuperação e o aumento da resiliência da indústria nacional”, acredita.

Embalagem do Futuro: A resposta de Portugal às prioridades do pacto ecológico europeu

Com um investimento próximo dos 105 milhões de euros, o projeto Embalagem do Futuro é liderado pela Vangest prevê a criação de 45 novos produtos e a construção de duas fábricas. Praticamente metade do valor do investimento será canalizado para investimento produtivo e 47% para investigação e desenvolvimento tecnológico.

Além da empresa de Leiria especializada na indústria dos moldes, o consórcio multidisciplinar é constituído por 80 empresas e 16 ENESII. O projeto é financiado em 57,5 milhões de euros pelos fundos do PRR, sendo o restante valor dividido entre o investimento das empresas (42,3 milhões de euros) e das ENESII (15 milhões de euros).

A agenda irá trabalhar na criação, produção e comercialização, à escala global, de soluções de embalagem mais ecológicas, digitais e inclusivas, através da combinação de tecnologias emergentes para a produção de embalagens sustentáveis. Faz ainda parte dos objetivos a criação de novos processos a adotar na cadeia de valor do setor das embalagens, desde as matérias-primas, passando pelo design de produto engenharia, moldes e ferramentas, processamento e fabrico, sistemas de informação e transição digital e marketing social até à recolha e reciclagem das embalagens.

Vine and Wine Portugal – Liderado pela Gran Cruz Porto, projeto irá criar 384 postos de trabalho

O projeto “Vine and Wine Portugal”, liderado pela Gran Cruz Porto, representa um investimento global de 77,5 milhões de euros. Os fundos da “bazuca europeia” apoiam como 41,2 milhões de euros, as 43 empresas envolvidas investem cerca de 22 milhões e as ENESII 19,2 milhões de euros. Um total 62% do valor será aplicado na produção, cerca de 30% em investigação e desenvolvimento tecnológico e quase 5% na qualificação e internacionalização. A agenda compromete-se a criar 384 postos de trabalho, dos quais 226 altamente qualificados, aumentar em 21% as exportações do setor e reduzir de 321 para 191 a emissão de CO2 por garrafa.

A meta é a aumentar competitividade, notoriedade e diversificação do vinho português nos mercados internacionais.

As entidades que lideram o projeto propõem-se a aumentar o índice tecnológico das empresas, através da aplicação do conhecimento digital, da transição energética e de novos processos de produção, mais sustentáveis e dirigidos para a transição ecológica; Aumentar a competitividade das empresas do setor através da redução dos custos de produção e do aumento da eficiência dos processos produtivos; Incrementar a imagem e reconhecimento internacional dos vinhos portugueses contribuindo dessa forma para o aumento das exportações; Aprofundar o conhecimento sobre a composição aromática dos vinhos através de tecnologias de sensorização e robotização que permitirão desenvolver produtos de maior valor acrescentado, (como são exemplo soft drinks a partir da exploração dos aromas dos vinhos, novas tipologias de vinho e vinhos em embalagens com menor pegada de carbono); Contribuir para a neutralidade carbónica do setor; e Promover a adoção de práticas de sustentabilidade ambiental alinhadas com o conceito de resíduo zero, que permitam a obtenção de uma etiqueta que acrescente valor aos produtos finais e um certificado de sustentabilidade.

Sustainable Plastics – Projeto para aumentar circularidade e eficiência do plástico quer criar 36 patentes

A iniciativa é da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP) e a liderança está nas mãos da Logoplaste Innovation Lab. Com um investimento global de 39,1 milhões de euros, a Agenda Mobilizadora para os Plásticos Sustentáveis conta com cerca de 24 milhões de euros de financiamento do PRR. Dos restantes cerca de 15 milhões de euros, 68% será investido pelas empresas e  32% pelas ENESII. Ao contrário dos projetos anteriores, a grande fatia do investimento, mais de 70%, vai para a área de investigação e desenvolvimento tecnológico. Um total de 24% será aplicado em investimento produtivo e 2,75% em recursos humanos.

As 41 empresas e 11 ENESII que desenharam o projeto propõem-se a criar 21 novos produtos, 36 novas patentes e publicações e 48 postos de trabalho, além de reduzir em 30% as emissões de gases com efeitos de estufa associadas a processos produtivos.

O projeto que mobiliza empresas, administração pública e universidades tem a ambição de alavancar a transição do setor para uma economia cada vez mais circular e contribuir para os objetivos da Economia Circular Europeia: redução de emissões de CO2, maior eficiência de recursos e criação de emprego.

 

 

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