Destaque Destaque Homepage Homepage Newsletter Ponto de Venda

Investimento em supermercados europeus somou €5,2 mil milhões em outubro de 2020

Por a 10 de Fevereiro de 2021 as 11:08

supermercadoO investimento em supermercados europeus totalizou cerca de 5,2 mil milhões de euros só em outubro de 2020, um aumento de 40% face ao período homólogo, segundo dados da consultora imobiliária Savills, divulgados esta quarta-feira.

“Os supermercados e o mercado de conveniência revelaram-se mais resilientes do que quaisquer outros segmentos de retalho no ano passado, apesar de não estarem imunes ao aumento do comércio eletrónico, tendo a pandemia provado que têm de inovar”, comenta Eri Mitsostergiou, european research director da Savills, citado em comunicado de imprensa. “Os retalhistas inteligentes, que irão sobreviver e, provavelmente, prosperar após a pandemia, têm sido capazes de otimizar a sua oferta omnicanal e a sua cadeia de abastecimento, a fim de prestar melhores serviços de comércio eletrónico, disponibilizando lojas de conveniência em zonas urbanas e modernizando as suas lojas por forma a proporcionar um serviço melhorado de consumo no local – um conceito conhecido como grocerants”.

Na segunda metade do ano em curso vão ter lugar alguns “negócios interessantes” no setor do retalho e uma vaga de transações de sale&leaseback no setor retalhista alimentar, prevê a consultora.

Imobiliário de retalho soma 20,9 mil milhões na Europa até setembro

O volume de investimento em imobiliário de retalho na Europa registou 20,9 mil milhões de euros nos três primeiros trimestres de 2020, em linha com o registado em 2019, quando o investimento se cifrou em 20,8 mil milhões de euros, de acordo com a mesma fonte.

Imune à pandemia, o investimento em imobiliário de retalho manteve-se estável até setembro de 2020. Como explica Eri Mitsostergiou,  “a oferta de produto tem sido impulsionada por investidores que procuram reduzir a sua exposição ao setor do retalho e por proprietários-ocupantes que tentam mobilizar capitais através de operações de sale&leaseback. Adicionalmente, a atividade de investimento tem sido fortemente sustentada pela procura no setor retalhista alimentar e de conveniência, um segmento em que os lucros dispararam durante o confinamento”.

Em Portugal, foram registados no ano passado 120 milhões de euros referentes a operações de venda de unidades alimentares e stand-alones, dos quais cerca de 100 milhões foram operações de sale&leaseback de portefólios de supermercados. As transações em supermercados foram muito superiores à média de últimos cinco anos em países como Alemanha (+197%), Espanha (+120%),  Polónia (+64%) e Itália (+76%). “A apetência por este segmento do retalho não mostra sinais de esmorecimento”, indica a consultora.

No volume total de investimento em imobiliário comercial, o setor do retalho concentrou 17% do valor investido em 2020, número que compara com a média de 18% dos últimos cinco anos. “Perante a natureza transitória do setor, alguns destes ativos terão sido adquiridos para fins de readaptação ou de alteração futura da sua utilização”, ressalva a Savills.

Os formatos comerciais mais resilientes

A consultora revela ainda que durante o período do primeiro confinamento, os volumes de negócio do setor retalhista alimentar registaram uma forte subida, enquanto no período pós-confinamento foram os retail parks que se revelaram mais resilientes, graças à sua configuração e acesso exterior.

Os supermercados, as lojas de conveniência e os retail parks são os formatos que lideraram as listas de compras dos investidores em 2020. A combinação das transações destes três formatos representou 40% da atividade total de retalho.  Já os centros comerciais representaram 25% das transações em imobiliário de retalho no ano passado.

Os formatos de retalho menos dinâmicos enfrentam agora o desafio de “redefinir o seu tenant-mix e configuração, introduzindo novos usos ou readaptando-os inteiramente”, o que, segundo a Savills, “poderá ser oneroso”.

Correção de preços em baixa esperada este ano

A consultora estima também que as prime yields de retalho são suscetíveis de subida, não tão acentuada como em 2008, uma vez que “se prevê que a atividade económica e o consumo recuperem no segundo trimestre do próximo ano”.

A Savills considera igualmente provável que “as rendibilidades abrandem relativamente aos ativos secundários que ofereçam oportunidades de valor acrescentado. Os retalhistas que necessitem de liquidez para investir nos seus negócios principais estão a tirar cada vez mais partido da crescente apetência dos investidores por este setor e a desbloquear capitais através de transações de sale&leaseback”.

Desta forma, “é com confiança que prevemos, em 2021, uma correção significativa dos preços em baixa no setor, o que será suficiente para evidenciar o prémio de risco retalhista sobre outras classes de ativos e, por conseguinte, atrair investidores capazes de aproveitar as oportunidades”, afirma Oli Fraser Looen, codiretor da equipa de consultoria de investimentos regionais da Savills na região EMEA.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *