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Lucros da Jerónimo Martins recuam 43,8% no primeiro trimestre do ano

Por a 13 de Maio de 2020 as 19:13
Pedro Soares dos Santos, presidente do grupo Jerónimo Martins

Pedro Soares dos Santos, presidente do grupo Jerónimo Martins

A Jerónimo Martins reportou um resultado líquido de 35 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, recuando 43,8% face aos primeiros três meses do ano passado.

Em comunicado enviado à CMVM, o grupo dono do Pingo Doce refere que os resultados foram “fortemente impactados pelas diferenças cambiais decorrentes da aplicação da IFRS16”.

A companhia não se compromete, para já, a fazer estimativas para 2020, devido às incertezas geradas na economia pela pandemia. “Dada a imprevisibilidade atual da evolução da pandemia, entendemos não estarem ainda reunidas as condições necessárias para uma estimativa válida sobre o impacto potencial desta crise na atividade do ano. Assim, e seguindo um critério de prudência, retiramos o guidance comunicado a 20 de fevereiro de 2020, aquando da publicação dos resultados relativos ao ano de 2019”, indica o mesmo documento.

O conselho de administração, dada a incerteza que a economia mundial está a atravessar, decidiu propor dividendos de 130,1 milhões de euros na Assembleia Geral, que se realiza a 25 de junho, revendo os 216,8 milhões de euros anunciados em fevereiro. O montante agora proposto corresponde a 0,207 euros por ação.

O EBITDA da companhia de retalho desceu 0,4% para 309 milhões de euros, “refletindo os primeiros efeitos da pandemia ao nível dos custos operacionais”. A Jerónimo Martins estima ter despendido 15,5 milhões de euros, em março, para garantir a segurança e a sustentabilidade das atividades do grupo.

Nos primeiros três meses do ano foram investidos 90 milhões de euros, sendo 37% canalizados para a Biedronka.
Vendas crescem 11%

As vendas no primeiro trimestre subiram 11% para 4.715 milhões de euros, ou 12% a taxas de câmbio constantes. As vendas comparadas cresceram 9,5%. Antes do início da pandemia, as vendas comparadas aumentavam a 12,1%.

“Fechámos o primeiro trimestre do ano com um crescimento de vendas assinalável, o que traduz a força competitiva dos vários negócios e a flexibilidade e resiliência das nossas operações, mesmo quando postas à prova por uma ameaça sem precedentes, como é o caso da pandemia por COVID-19”, refere Pedro Soares dos Santos, CEO da companhia, citado em comunicado.

Em Portugal, o Pingo doce registou uma subida nas vendas de 3,5% para 936 milhões de euros, com um aumento de 3,5% nas vendas comparadas. Já o Recheio apresentou vendas de 214 milhões de euros, mais 0,2% face ao período homólogo de 2019. “A partir da segunda metade de março, o encerramento dos restaurantes e a paragem da actividade turística impactaram de forma material as vendas ao canal HoReCa”, assinala o documento.

A distribuição em Portugal registou um EBITDA de 62 milhões de euros, um recuo de 8,4% face a igual período do ano anterior. A margem EBITDA recuou de 6,1% para 5,4%. Esta descida espelha o peso dos custos de gestão do impacto da pandemia e “alguma pressão acrescida da inflação dos salários”, que foram revistos no início de 2020.

As vendas na Polónia subiram 12,6% para 3.262 milhões de euros, tendo as vendas comparadas crescido 11,1%. A operação na Polónia registou um EBITDA de 277 milhões de euros, um crescimento de 6,6% (+7,1% a taxa de câmbio constante), “num trimestre em que se implementou, como planeado, a atualização salarial prevista para 2020”. A margem EBITDA desceu de 9,0% para 8,5%. Esta redução traduz os custos relacionados com a gestão do impacto da Covid-19.

Quanto à Ara, esta terminou o trimestre com vendas de 235 milhões de euros, mais 14,6% face aos primeiros três meses de 2019. As vendas comparadas subiram 34,3%. “Em euros, as vendas cresceram 38,9% para os 235 milhões de euros, respondendo à estratégia reforçada de preço que a companhia implementou em 2019 e que continua a ser fundamental para o seu desempenho”, especifica o documento.

Já a Hebe subiu as vendas em 14,6% para 64 milhões de euros.

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