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Perecíveis e bazar ligeiro: categorias que mais crescem no retalho alimentar

Por a 13 de Setembro de 2016 as 16:28

As vendas de retalho alimentar em Portugal cresceram 3,5% no primeiro semestre do ano, totalizando os 5 103 milhões de euros, segundo os dados do Barómetro de vendas do primeiro semestre, revelados esta manhã pela APED (Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição).

A categoria alimentar foi a única a contribuir para o aumento homólogo das vendas a retalho globais no primeiro semestre do ano, sendo que a categoria não alimentar apresenta um decréscimo de 0,7% face ao mesmo período de 2015.

No retalho alimentar, o aumento de vendas mais expressivo diz respeito à categoria dos perecíveis (9,8%), seguindo-se as vendas de bazar ligeiro (produtos de bricolage e decoração para casa) que mostram um aumento de 6%, comparando com os seis primeiros meses do ano passado. Estes indicadores evidenciam as apostas dos retalhistas observadas nos últimos tempos, quer na adaptação dos espaços a formatos inspirados em “mercearias”, nos quais dão protagonismo aos produtos frescos, quer no segmento de ‘do it yourself’ e de produtos para casa, como o caso do Continente, cujas vendas da marca Kasa mostram um “crescimento a dois dígitos nos últimos quatro anos”.

O Barómetro mostra ainda o crescimento de 2,3% no segmento de congelados. “O que reflete a preferência dos portugueses para o consumo de produtos take-away, que permitem uma poupança de tempo e ganham cada vez mais espaço nos lineares”, comenta Ana Trigo Morais, diretora-geral da APED, na apresentação da análise realizada em parceria com a Nielsen.

Por outro lado, os laticínios continuam em queda (2,4%), o que a diretora-geral atribui a “um desvio das preferências dos consumidores para outras alternativas”. Em 2015, o segmento apresentou uma “quebra de 3,2%” no consumo face ao ano anterior.

Para a representante das empresas da distribuição, o problema dos excedentes de é um problema do “setor mundial”, sendo que a resolução do desequilíbrio entre a oferta e a procura na Europa passa “muito pelas decisões políticas”. “A distribuição tem apostado em campanhas de desmistificação dos benefícios do leite. A importação tem caído desde 2010, fixando-se nos 14% em 2015 do total de leite no mercado nacional. Lembre-se que apenas 7% do leite produzido segue para a distribuição, o restante segue para a indústria transformadora, entre outras. No entanto, enquanto o consumo de leite cai, o de produtos de valor acrescentado, como o queijo, está a subir. A aposta em produtos funcionais, como o leite sem lactose, é importante”, sublinha a diretora-geral.

Os setores de laticínios e de bebdias não alcoólicas (-0,3%) são os únicos do retalho alimentar a cair em vendas.

A quota de mercado da marca própria também está em queda, tendo-se fixado nos 33,3% no primeiro semestre do ano, um recuo a partir dos 34,7% registados no mesmo período do último ano. As marcas da distribuição estão a perder quota “há três semestres, seguidos, fruto da dinâmica concorrencial e da intensificação do fator ‘promoção’ enquanto driver de compra para o consumidor português”.

No primeiro semestre de 2016, as vendas globais do retalho (alimentar e não alimentar) cresceram 1,8% face ao mesmo período do ano passado, totalizando os 8 594 milhões de euros.

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