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Desequilibro entre produtores e distribuidores inibe inovação

Por a 23 de Novembro de 2010 as 17:03

Qual o principal desafio do sector agro-alimentar português? A exportação e a internacionalização, defende Jorge Oliveira, administrador da Ernesto e Morgado, por ocasião da 3.ª Conferência para a Competitividade organizada pela FIPA (Federação das Indústrias Portuguesas Agro-alimentares).

“O desafio está na venda. Há um forte desequilibro entre dois ou três vendedores e os produtores que os fornecem. Não há dimensão suficiente para a competição em Portugal. Só aumentando o número de vendedores pode haver competição. E é a competição que resolve os problemas, muito mais do que a regulamentação”.

Este desequilibro leva a outro problema, sugere Jorge Oliveira. “Este desequilibro é um desincentivo à inovação. Porque é muito difícil recuperar os custos dessa inovação quando a indústria nem sequer tem capacidade para vender com estratégias comerciais, de preço, porque o preço é ditado. E parte desses custos está na venda, na entrada de linha”.

Além de procurar novos distribuidores, é preciso ainda conhecer bem quem vai vender, como e em que condições, aconselha o administrador da Ernesto e Morgado.

Porque é que as marcas da distribuição são mais baratas? “As marcas do distribuidor têm supostamente preços mais baixos porque são os distribuidores quem decide os preços, quer dos seus produtos quer dos produtos dos outros, e qual o seu lugar na prateleira”.

Jorge Oliveira lança um desafio à distribuição. A solução para este problema “pode passar pela criação de fileiras envolvendo toda a cadeia, desde a produção até à venda, com partilha de riscos e custos. Isto é feito na Alemanha, com o Lidl e a Aldi. Os distribuidores lideram as fileiras e todos saem a ganhar, incluindo os produtores”.

*O Hipersuper vai publicar um artigo alargado sobre esta tema na próxima edição em papel

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