Emprego & Formação

Tendências 2009-2010

Por a 16 de Outubro de 2009 as 5:29

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No meu artigo anterior, de Janeiro passado, deixei em aberto um desafio para os players do Grande Consumo – Fabricantes e Grande Distribuição. Este desafio compunha-se de 3 fases: aceitar a crise como uma oportunidade, desafiar as expectativas e as conformidades e gerar valor.

3/4 do Ano, em Terreno Positivo
Desde o início do ano que o sector da Distribuição assiste com expectativa ao desenvolvimento da actividade comercial diária. O primeiro quadrimestre iniciou-se de forma tímida, mas acabou com resultados sólidos; o segundo quadrimestre superou diversos objectivos, e o terceiro significou o regresso da estabilidade. Estes dados significam que o consumidor manteve os seus níveis de confiança, apesar da forma cautelosa como as Insígnias têm desenvolvido a sua actividade.

À medida que os indicadores económicos se estendem para terrenos positivos, torna-se preponderante que a Distribuição/Retalho Especializado assuma uma postura mais activa perante os mesmos. Dominado pelo senso comum, o cliente toma como ciência económica a análise que faz da rotação dos produtos nas prateleiras, do movimento existente nas lojas e da introdução de novidades no sistema de loja. Se a sua análise for positiva este considerará a compra; ao invés, reagirá adversamente e suspenderá a sua actividade comercial, poupando.

Considero essencial inverter esta tendência de contra-ciclo vivida pela Distribuição neste momento.

Estes três últimos meses até 2010 serão preponderantes para o lançamento da nova década que se aproxima. Todas as soluções de curto-prazo injectadas no sistema económico-financeiro vão dar origem a alterações de fundo neste sistema já a partir de 2010. Cabe ao universo do retail conduzir o consumidor para a nova década de uma forma confiante e confortável – convidativa ao consumo.

Estratégia de liderança
A melhor forma de influenciarmos os outros é influenciarmo-nos a nós próprios. Se a Distribuição quer promover a sua venda terá que se promover a si própria, através do reforço de uma atitude de gestor profissional, consciente dos diversos níveis em que a sua postura actua: Individual, Empresa e Mercado.

Liderança Individual
Enquanto colaboradores de um dos mais dinâmicos sectores de mercado, existe espaço para diferentes manifestações de liderança; a mais significativa de todas é a liderança individual. O indivíduo deve destacar-se pela sua flexibilidade, resiliência e motivação na persecução dos objectivos, procurando em si próprio o drive para tal.

O colaborador, a qualquer nível, deve olhar para si próprio como o motor da empresa, criando as suas próprias metodologias, analisando quais são as melhores práticas dos seus colegas e concorrentes e adaptá-las a si. A prática repetida desta atitude é auto-reforçante e impele nos outros a mesma atitude. Se eu puder ser o melhor gestor desta equipa porque não tentarei sê-lo?

Liderança na Empresa
Os diversos departamentos que compõem as empresas devem ter uma postura de liderança e estar conscientes da formação de líderes individuais. A eficácia de um determinado departamento não deve ficar estanque em si mesmo. Os responsáveis departamentais devem tornar públicos os processos que os levaram à obtenção desses bons resultados, pois isso serve de convite à criação de mais e melhores metodologias no seio da organização.

A criatividade das organizações não pode ser contida. As consequências serão, como poderemos ver em algumas Lojas no nosso panorama comercial, operações a funcionar a dois tempos, gestão comercial a dois tempos.

Liderança para o Mercado
A postura de liderança de Mercado das empresas impõe-se de uma outra forma. Coloca-se de uma forma que pesa entre a rentabilidade de um investimento e a liquidez que as empresas devem manter. Para liderar no mercado, as empresas devem transmitir a sua confiança ao consumidor.

Real ou não, o consumidor deve ver na Insígnia que suplanta as suas necessidades de consumo, a mesma confiança que atribui ao banco onde confia as suas poupanças.

A reactividade não poderá ser nesta entrada de nova década uma forma de actuação aceitável.

O espírito de liderança sobre o mercado deve exercer-se em todos os níveis da empresa e do mercado, a criação de novos conceitos de retalho, a dinamização das gamas existentes e novos serviços deve estar imbuída na iniciativa individual. A tendência para a próxima década será convidar o consumidor a confiar.

Pedro Nunes ([email protected]), Senior Consultant-Retail Hays Sales & Marketing

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