Editorial

‘Under pressure’

Por a 18 de Setembro de 2009 as 5:22

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O título desta canção pertence à já desaparecida banda Queen que a cantava em colaboração com David Bowie, mas bem podia ser transposta para a realidade portuguesa actual.

Se no último editorial escrevi que depois da “silly season” do ano nos iríamos aproximar da “season of silliness”, nunca antecipei que fosse tanta a “silliness” nesta reentré.

A nível político, já se sabe que o tema forte é a “asfixia democrática” e a “censura” ou a “falta de liberdade de informação”, importando pouco a realidade económica ou o desemprego que assola o País.

Mas o título “Under pressure” também serve para caracterizar outra realidade que não faz aberturas de telejornais ou merece comentário dos mais diversos comentadores, políticos e altas esferas do poder nacional.

No fim de semana passado dava o jornal Expresso destaque ao bloqueio que diversas marcas de fabricante estariam a sofrer depois da criação da Intercompra – empresa criada pela Makro e Auchan – impedindo-as de estar presente nos lineares dos super e hipermercados do grupo Auchan, bem como da Makro.

A Centromarca já recorreu para a Autoridade da Concorrência (AdC), admitindo a directora-geral da associação que representa as marcas de indústria, ao Jornal Meios&Publicidade que “o problema não está na Autoridade, mas em que pratica esses actos”.

Esta “pressão” está, contudo, no início, já que está prevista a entrada de novas cadeias de distribuição na Intercompra, antecipando-se tempos difíceis para as marcas de fabricante que, a verem esta situação tornar-se realidade, terão muito pouco espaço de manobra para negociar margens e colocar os seus produtos nos lineares da distribuição moderna em Portugal.

A reentré fica, também, marcada pelo anúncio da entrada da construtora Texeira Duarte no negócio de retalho alimentar em Angola, estando previsto a abertura da primeira loja até ao final de 2009. Uma notícia curiosa, já que é uma empresa construtora que vê potencialidades de negócio no mercado angolano, depois de a GCT já estar no país.

Falta saber se os restantes grupos retalhistas nacionais olham para os países africanos como uma possibilidade de expansão?

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