Editorial

Consumo ou consumidor “low cost”

Por a 31 de Outubro de 2008 as 9:30

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A actual crise económico-financeira trouxe algumas oportunidades aos vários mercados existentes no mundo global. Correcto? Talvez. Porquê?

Ao longo dos últimos anos, a globalização trouxe algo que o consumidor desejava, pedia, queria ou mesmo exigia, mas que até então ninguém oferecia. E não oferecia porquê? Talvez porque o preço até então nunca foi factor determinante para o consumidor que não o discutia, temendo, quiçá, ser rotulado como alguém de poucas posses. Foi o turismo que trouxe ao mercado um termo que rapidamente invadiu as mais diversas actividades: “LOW COST”.

Tudo começou pelo bilhete de avião e a possibilidade de todos poderem viajar a baixo preço para o mais longínquo destino. Depois vieram os hotéis oferecer estadias onde muitos nunca sonharam poder pernoitar.

Na última década foi a vez da Distribuição Moderna não deixar atrasar-se e perder o comboio, oferecendo aos consumidores marcas próprias que, no início, todos desconfiavam, mas que depois entranharam.

O que há bem pouco tempo era visto como algo que era consumido por alguém que não possuía grandes posses financeiras, agora é o produto que maior crescimento regista no sector do retalho alimentar mundial, obtendo, em Portugal, no primeiro semestre de 2008, segundo a TNS, a quota mais alta até então registada.

Recentemente, foi um conhecido grupo retalhista a anunciar não a sua marca própria, mas a sua marca “low cost”, podendo mesmo vir a ser 25% mais barata que os produtos de marca própria.

De resto, são vários os analistas que prevêem que a marca própria se encontra numa fase ascendente, já que a crise provocou uma alteração nos hábitos de compra dos consumidores, para quem o preço se converteu no elemento determinante na decisão de compra.

Olhando para o universo nacional, não há dúvida de que não existe grupo retalhista que não aposte no desenvolvimento da sua marca própria, lançando os mais diversos produtos.

Do lado da produção, existem mesmo empresas que reconhecem que o crescimento futuro poderá assentar na marca própria, criando concorrência à sua própria marca.

O facto é que nunca o preço foi tão importante para o consumidor e há mesmo quem vaticine que isto é só o começo.

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