Melamina provoca mais detenções na China

O escândalo da melamina, substância química adicionada ao leite para aumentar a respectiva composição proteíca, provocou mais detenções no território chinês, avançou a agência noticiosa Nova China. As autoridades sanitárias do país prenderam na região noroeste da Mongólia Interior seis indivíduos ligados às duas maiores empresas de lacticínios locais, Yili e Mengniu, em cujos produtos foram encontrados vestígios da toxina.

Na semana passada foram detidos pela polícia chinesa 22 suspeitos ligados à Sanlu, outra importante empresa do sector e que a imprensa oficial acusa de ter ocultado o escândalo “durante meses”.

Na mesma altura, o Centro de Segurança Alimentar de Hong Kong retirou do mercado dois tipos de chocolate contendo doses elevadas de melamina, comercializados pela marca britânica Cadbury. Este chocolate faz parte do lote de 11 produtos apreendidos dos circuitos comerciais em Hong Kong, Taiwan e Austrália, por “dúvidas” sobre a respectiva integridade suscitadas pelos testes realizados pela própria empresa.

No sábado, o diário “Pequim Morning Post” revelou que nenhuma das 609 amostras de leite testadas no âmbito da sexta série de controlos sanitários a produtos lácteos na China continha produtos químicos. As amostras foram colhidas em embalagens de 75 marcas de leite com origem em 27 cidades diferentes. De acordo com o “Diário do Povo”, órgão oficial do regime de Pequim, o Ministério da Agricultura mobilizou 152 mil funcionários para visitarem quase 19 mil centros de recolha de leite.

Desde que foi noticiada a contaminação generalizada de produtos lácteos na China, na segunda quinzena de Setembro, já morreram 4 crianças em idade de aleitamento, e outras 53.000 foram acometidas de complicações renais. Dezenas de países limitaram ou suspenderam a importação de lacticínios oriundos daquele território. O Primeiro-Secretário do Partido Comunista Chinês, o Presidente da Câmara Municipal e o dirigente máximo da Administração Central do Controlo de Qualidade e Supervisão da cidade de Shijiazhuang, capital da província de Hebei, foram forçados a demitir-se sob acusação de terem ocultado o caso das instâncias superiores “desde o início de Agosto”, segundo a imprensa oficial.