Logística como mercado de trabalho

O processo de globalização tem exigido a restruturação das empresas, obrigando os empresários a procurar a diferenciação de seus produtos. Nos últimos dez anos, cada vez mais têm percebido que os processos logísticos trazem competitividade e isso transformou-se numa grande fonte de criação de emprego.

O segmento de logística é bastante amplo e inclui muito mais do que armazenagem e distribuição de produtos no mercado interno e externo. Por isso, desde a indústria ao comercio ou a banca, possuem profissionais de logística no seu quadro de colaboradores directos. Hoje em dia há uma gama bastante extensa de prestadores de serviços necessários à execução das actividades logísticas, tais como transportadores, empresas de consultoria e gestão, fornecedores de equipamentos e estruturas, etc. Empresas cuja finalidade de negócio é a prestação de serviços logísticos. Isto tem dado origem a um aumento da oferta de emprego no sector, que a curto prazo, se dará pela sequência dos investimentos das empresas, com base no seu planeamento estratégico tendo em vista alcançar as sinergias e os resultados que a competitividade global impõe.

Aumento da procura de profissionais
A procura no sector aumentou significativamente nos últimos anos. Principalmente a procura de profissionais com formação técnica em logística, apesar de áreas de ciências exactas e humanas também contribuírem positivamente com a formação especializada nesse mercado.

As empresas procuram profissionais qualificados. Prova disso é aumento da procura de estudantes de Tecnologia em Logística. Procura-se profissionais com formação superior em Engenharia de Produção e com pós-graduação na área de Logística, para cargos como o de analista, coordenadores de operações e nível equivalente.

Falta mão-de-obra especializada no mercado
Com o aumento da competitividade, a logística ganhou um papel essencial na estratégia das empresas. No entanto, a falta de oferta de profissionais especializados disponíveis neste mercado de trabalho tem sido motivo de preocupação tanto para os empresários, quanto para as entidades neste sector de actividade.

Existe portanto a necessidade de se fazer um estudo mais abrangente sobre as necessidades do sector, para que as escolas e faculdades possam direccionar ou focar um pouco mais seus cursos. O mercado até já dispõe de alguns profissionais formados na área, tanto em cursos técnicos quanto em superiores, mas necessitam de uma orientação específica, que realmente responda às necessidade das empresas.

Habilitações
O mercado procura candidatos que além do “know-how “adquirido em cursos especializados, sejam capazes de articular raciocínio lógico expressando-se correctamente, seja verbalmente ou de forma escrita. Essas três competências, quando conjugadas com um ambiente de trabalho bastante competitivo como o da logística, são a chave do sucesso do jovem profissional que deseja iniciar a sua carreira neste segmento de negocio.

Formação
A variedade de cursos oferecidos por instituições de ensino técnico, superior e pós-graduações, é diversificado. Os cursos em logística formam profissionais capazes de tomar decisões em logística de produção e distribuição, melhorar os níveis de serviço ao cliente, assegurar a correcta tomada de decisão nos níveis estratégico e táctico das organizações e interagir com outros sectores da empresa, tais como Marketing, Financeiro e de Recursos Humanos.

Os cursos de pós-graduação estão direccionados para a especialização dos profissionais da área, no desempenho das funções ligadas à gestão de logística interna e externa. A competitividade, actualmente, é o grande desafio imposto pela globalização às empresas do mundo inteiro. Com isso, o cliente na ponta da cadeia produtiva é o propulsor que exige prazos de entrega cada vez menores e, ao mesmo tempo, disponibilidade de serviços e produtos.

Nessa perspectiva, as empresas que têm êxito são as que prevêem as mudanças e desenvolvem, antecipadamente, as suas estratégias. A prática da logística empresarial, exige pessoas especialmente preparadas, para actuarem tanto ao nível estratégico como ao nível operacional das empresas. A visão global e as suas principais implicações nas operações logísticas de uma organização são elementos fundamentais para a tomada de decisões que afectam os resultados desejados. Em síntese, pilotar uma cadeia logística é procurar atingir as necessidades dos clientes com máxima qualidade e custos mínimos. Essa é a receita para manter e aumentar o nível de competitividade.

Manuel Ribeiro, Director Comercial e de Marketing da Rangel/FedEx