Outras Opiniões

Oceanos de Valor

Por a 3 de Janeiro de 2008 as 12:00

manuel névoa

Em apontamentos anteriores, versando opções de estratégia empresarial, reflecti sobre questões de concorrência e cooperação, na abordagem aos mercados eleitos.

As inerências da minha actividade profissional, levam a que acompanhe regularmente empresas portuguesas que competem, com êxito, nos mais exigentes mercados, do extremo Ocidente dos Estados Unidos ao extremo Oriente da Ásia.

Uma dessas viagens, que envolvia um percurso aéreo sobre o Oceano Atlântico, constituiu oportunidade para ler um livro, recentemente dado à estampa e que versa as questões do posicionamento estratégico das empresas. Refiro-me a “Blue Ocean Strategy”, da autoria de W. Chan Kim e Renée Mauborgne, com edição portuguesa da Actual Editora.

Nesta obra, os autores defendem uma atitude empresarial que rompa com a tradicional estratégia de competir pela quota de mercado (existente), naquilo que designam como “Oceano Vermelho”, para se focarem em mercados alternativos, onde possam tornar irrelevante a concorrência.

Apoiados no estudo de mais de uma centena e meia de empresas de diversos sectores, Kim e Mauborgne, definem uma estratégia baseada em seis princípios cuja implementação pode conduzir as empresas a uma abordagem global, que as leve a criarem “Oceanos Azuis”.

Ao ler este livro, frequentemente me ocorriam exemplos de várias empresas portuguesas como atitudes tão marcantes como aquelas que nele são consideradas.

Não vou particularizar; mas, mais uma vez, sinto que muitos empresários têm tido uma visão e uma acção extraordinárias, na definição e implementação de estratégias inovadoras, com elevada e sustentável criação de valor.

Afinal, com a saga dos Descobrimentos, foram os Portugueses os primeiros a concretizar a metáfora, rompendo as fronteiras tradicionais. Usando, literalmente, os oceanos, e com engenho e arrojo, promoveram a criação de verdadeiros “Oceanos Azuis” globais.

Assumamos: isto está-nos na massa do sangue. Por vezes só falta um pouco de ambição em sermos melhores e mais exigentes.

É preciso estimular, desde cedo, essa atitude.

Manuel P. Névoa, Director de Marketing da Construtora da Ferraria,

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