Outras Opiniões

“Palavrão”: Rastreabilidade

Por a 14 de Novembro de 2007 as 9:30

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De forma bastante criativa, recentemente passou na televisão um anúncio de um produtor de lacticínios que utilizou como mote para a sua campanha publicitária o “palavrão”: RASTREABILIDADE. Como mera telespectadora, a marca em questão, para além demonstrar respeitar a legislação em vigor que torna obrigatória a adopção de um sistema de rastreabilidade, tira partido dessa imposição legal e aproveita para comunicar ao consumidor porque é que esta é importante e contribuiu para a garantia da segurança dos seus produtos.

Esta regulamentação, recorde-se, surge na sequência da crise alimentar de 1998, motivada pela célebre “doença das vacas loucas”. Desde então têm sido várias as directivas comunitárias e leis nacionais que preconizam a garantia da segurança e qualidade dos produtos alimentares, sempre na óptica da defesa do consumidor, e a Rastreabilidade torna-se num dos “palavrões” mais presentes na Distribuição Moderna, significando a capacidade de conhecer, em qualquer momento, o historial e o percurso do lote de um produto ao longo da cadeia de valor.

Contudo, para pôr em prática este novo enquadramento legal, a indústria alimentar viu-se confrontada com um sem número de transformações, quer em termos organizacionais, quer processuais e até nas relações comerciais.

Quero com isto dizer que a implementação de um sistema de rastreabilidade, não só envolve todos os elos da cadeia de abastecimento onde se inclui consumidor final, mas também tem impactos directos na forma de “estar” das próprias empresas. Para a sua correcta implementação, à semelhança de qualquer outro projecto, há a necessidade de definir objectivos, quantificar e avaliar todas as acções que venham a ser tomadas, não descurando a ajuda dos sistemas de gestão de informação e tecnologias de suporte emergentes.

Como exemplo disto posso referir, e outra coisa não seria de esperar, a utilização do Sistema GS1, isto é, o conjunto de normas integradas abertas e globais, reconhecidas internacionalmente, que, baseadas na identificação única e inequívoca de produtos, unidades de expedição, activos, localizações e serviços, permitem a gestão eficiente das cadeias de valor, incluindo a capacidade de rastrear.

Obviamente que todas as ferramentas e metodologias seleccionadas devem sobretudo promover a eficiência e competitividade, e acelerar o ROI.

Sim, o ROI, porque a implementação de um sistema de rastreabilidade não deve ser considerada apenas para fazer cumprir um requisito legal, mas sim como um investimento que permite alcançar níveis de eficiência superiores, aumentar os níveis de serviço, contribuir para as melhores práticas colaborativas, promover as marcas e assegurar a confiança do consumidor.

Na prática, para além das já referidas, são inúmeras as vantagens da implementação de um Sistema de Rastreabilidade, destacando-se:

Melhorias no Controlo do Processo de Produção

Melhorias no Controlo dos Custos

Melhorias na Gestão de Inventário

Optimização dos processos

Diminuição da carga administrativa

Combate à contrafacção

Evitar a Não-Conformidade

Melhorias da Qualidade

Mais informação ao cliente/consumidor

Aumento da eficiência nas recolhas

Imputar responsabilidades

Estabelecimento de relações de confiança

Aumento dos Lucros

Desenvolvimento do mercado
Tratando-se de produtos alimentares, a finalidade de um sistema de rastreabilidade é, em última instância, a capacidade de garantir a segurança dos produtos em prol da confiança do consumidor, da qual depende, em muito, o sucesso ou insucesso dos operadores da indústria alimentar.

Siga o exemplo do anúncio!
Leonor Vale, Marketing Manager da GS1 Portugal-CODIPOR

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