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DECO: “Rotulagem precisa de uma grande intervenção”

Por a 15 de Março de 2018 as 16:43
Crédito: Nielsen

Os produtos agroalimentares precisam de sofrer grandes alterações ao nível do packaging. A ideia foi defendida pela DECO (Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores), por ocasião da “5.ª Conferência para a Competitividade: A industria agroalimentar e os desafios para a década”, organizada pela FIPA (Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares), no dia 6 de março, em Lisboa.

O consumidor está cada vez mais atento ao tipo de alimentos que consome, prefere opções mais saudáveis, e é certo que a crescente consciencialização para a sustentabilidade ambiental também pesa na hora de decidir quais os produtos a colocar no carrinho de compras. Encontrar esses alimentos nem sempre é fácil, mas essa tarefa pode ser simplificada e isso passa muito pela rotulagem, referiu Luís Silveira Rodrigues, vice-presidente da DECO. “A rotulagem precisa de uma grande intervenção. E o caminho passa pela simplificação. As pessoas preferem coisas simples e precisas, ao invés de demasiada informação”, disse Luís Silveira Rodrigues, dando como exemplo o alargamento do semáforo nutricional a mais alimentos.

Alterações climáticas: uma das principais preocupações da fileira

A mudança do clima em Portugal é uma das principais preocupações da fileira agroalimentar. As alterações climáticas chegaram de forma mais rápida do que era esperado – nos últimos meses o País atravessa um período de seca – e é necessário encontrar soluções para esse problema. Mas a verdade é que “não é fácil inventar novas técnicas de produção de um dia para o outro”. Por isso, “temos de ser capazes de estabelecer objetivos muito claros e aplicar bem os recursos, porque este é um dos problemas ao qual não temos dado as melhores respostas ao longo da década”, disse ao HIPERSUPER Jorge Henriques, presidente da FIPA, à margem da conferência.

Produção local é uma prioridade

Atualmente, a indústria agroalimentar representa 8% das exportações nacionais e 12% das importações, registando uma taxa anual de 6,2% de vendas externas. Para o líder da FIPA um dos principais passos a dar é “inverter a tendência de importação por produção local”. Temos que produzir localmente a um valor competitivo, produtos capazes de satisfazer as necessidades de competitividade que existem no mercado externo”, frisou.
Para haver um aumento significativo de exportações, Jorge Henriques explica que é “crucial as empresas sediadas em Portugal que já têm uma maior dimensão colocarem os seus ativos noutras geografias e expandirem os seus negócios além-fronteiras. “Nós só podemos triunfar nos mercados internacionais através da diferenciação”, apontou, destacando que é preciso apostar no “desenvolvimento da inovação, na formação e na investigação”.

Desenvolver marcas fortes

A industria agroalimentar é, maioritariamente, composta pequenas e microempresas. Há, assim, a necessidade de criar marcas que possam crescer no mercado internacional e, dessa forma, aumentar o volume de vendas externas. “Sem marcas fortes não seremos competitivos. Precisamos de criar marcas que se possam afirmar no contexto mundial”, defendeu ainda o presidente da FIPA, deixando um conselho: “É necessário que haja uma aproximação entre esta indústria e o meio académico. Por culpa de ambas partes isto ainda não está a acontecer com efetividade. Para nós, é fundamental que seja feita investigação na área e que esta tenha efeitos práticos naquilo que é a melhoria da competitividade”, concluiu.

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