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Guerra de preços nos combustíveis está ao rubro

Por a 7 de Agosto de 2015 as 17:47

Ana Isabel Trigo Morais APEDAs marcas da distribuição e a Galp lideram as vendas taco a taco. Vai ganhar a disputa quem oferecer a melhor proposta de valor, acredita a diretora geral da APED.

O volume de negócios do setor de combustíveis ao consumidor particular derrapou 10,7% no primeiro trimestre do ano, face ao período homólogo do ano passado, segundo o Relatório de Combustíveis referente aos primeiros três meses do ano, apresentado pela APED (Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição) e levado a cabo pela consultora Kantar Worldpanel.

Em volume, pelo contrário, os litros comercializados subiram 2,1% no mesmo período. Apesar de os portugueses irem menos vezes às gasolineiras (-6,7%), abastecem mais litros por cada ato de compra (+10%), revela o estudo.

“Em Janeiro deste ano, terminou o prazo para inclusão de combustíveis simples nos postos de abastecimento para consumo público em Portugal. Estes dados já começam a refletir a alteração legislativa. Esta primeira análise após a nova lei revela que estamos a entrar numa nova dinâmica na venda de combustíveis ao consumidor”, acredita Ana Isabel Trigo Morais, diretora-geral da APED.

“O mercado está a tornar-se mais concorrencial fazendo com que os operadores tenham de ajustar o seu modelo de negócio e a forma como disponibilizam estes produtos. Vai ganhar esta guerra quem conseguir convencer o consumidor e oferecer a melhor proposta de valor”, acredita a responsável.

A descida do preço é “conveniência e valor para o consumidor. É um diferencial expressivo que resulta de uma estratégia que dá resposta ao início do novo quadro legal”.

Que alterações trouxe a nova lei ao negócio da distribuição? “Não trouxe alterações significativas no modelo de negócio mas tornou certamente o negócio mais competitivo”.

Preço é principal ‘driver’

Apesar das alterações nos padrões de consumo e da alteração na lei, a quebra na venda de combustível está sobretudo relacionada com “a evolução do preço das matérias-primas nos mercados internacionais” e com a própria “sazonalidade do consumo”, além da “redução do consumo das famílias que adotaram alternativas individuais de transporte”.

A quebra dos preços é assim o principal driver deste mercado mas também de quase todos os setores do grande consumo, lembra a diretora geral da APED. “Há uma disputa aguerrida pelo dinheiro no bolso do consumidor”.

No período em análise, o preço médio dos combustíveis na moderna distribuição reduziu 13,8%, enquanto nas empresas petrolíferas a queda registou 11,7%. “A Distribuição é quem repercute com mais intensidade a quebra dos preços”, garante Ana Isabel Trigo Morais. “A Distribuição passa mais valor acrescentado ao cliente”.

Assim, nos postos de combustível dos retalhistas o preço médio por litro é de 1,19 euros, inferior em 9 cêntimos aos praticados pelas empresas petrolíferas, revela o estudo.

Liderança muito disputada

O primeiro posto de combustível da Moderna Distribuição abriu portas há cerca de 10 anos. Atualmente o sector opera entre 150 a 200 estabelecimentos, segundo uma estimativa da Associação. As marcas da distribuição fecharam o primeiro trimestre com uma quota de mercado em volume de 28,4% e de 27% em valor, cifras que garantem a liderança de mercado, taco a taco com a Galp. O segundo maior operador tem uma quota de 26% em volume e 26,3% em valor. “A liderança é muito disputada neste mercado. É a partir do quarto trimestre de 2014 que as marcas da distribuição começam a ser mais competitivas e ganharem quota de mercado ao principal operador”. Em valor, o diferencial não chega a 1%.

No que diz respeito às restantes marcas, em valor, a BP tem 17,6% de quota, a Repsol 13,4 e a Cepsa 7,3%.

A oferta das marcas da distribuição está focada apenas em dois tipos de combustível – 95 e diesel. “O mercado está mais ou menos dividido ao meio”, o consumo de gasolina sem chumbo tem uma quota de mercado de 46,3%, o gasóleo de 48,9% e outros tipos de combustíveis 4,9%.

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