Gestão e conformidade nos stocks de produtos frescos

David Pérez del Pino, business unit managing director Checkpoint Systems Portugal & EMEA Channel

A rotatividade de stocks nas lojas é, nos tempos que correm, um dos maiores desafios para os retalhistas. A imprevisibilidade dos mercados e dos comportamentos de consumo, associados às taxas de inflação em constante movimento, impossibilita uma projeção periódica, clara e simples como a que se poderia realizar em momentos de menor incerteza.

Os retalhistas encontram cada vez mais desafios, e os produtos frescos, pelas suas características, são dos que mais questões podem trazer para a gestão dos stocks. Se, por um lado, o ideal será a sua entrada em loja e saída rápida, em pouco tempo, para melhor gerir o desperdício, por outro, a verdade é que as dificuldades de abastecimento levam a que, atualmente, se procure prolongar ao máximo as validades e manter stocks mais elevados.

A gestão cuidada destes fatores é cada vez mais complexa, pelo que a introdução de soluções mais inovadoras e completas acaba por ser o caminho face ao futuro. A identificação por radiofrequência, poucas vezes considerada para este tipo de produtos, está, de facto, desenvolvida para contribuir para uma eficiência cada vez maior na gestão de stocks de produtos frescos. A RFID contribui, de forma inalienável, para uma melhoria significativa da gestão de stocks e inventários, seja na sua localização em toda a cadeia de abastecimento, seja pela possibilidade de gerir, até, as validades dos produtos. Esta automatização de gestão de stocks é importante para reduzir o tempo que os trabalhadores passam a conferir inventários e, ao mesmo tempo, uma ferramenta essencial aos retalhistas para gerir em tempo real as decisões a serem tomadas com alimentos cuja validade pode estar a terminar, ou que precisem ser repostos.

Esta tecnologia é, assim, muito importante para ajudar a manter a conformidade dos stocks dos alimentos frescos, permitindo aos retalhistas planificar ao detalhe o abastecimento de produtos mais perecíveis. Com dados em tempo real que podem, e devem, ser processados para ajudar a tomar decisões, ao mesmo tempo que melhoram a experiência de relação com os fornecedores com etiquetagem na origem, e a experiência do consumidor, a RFID permite garantir produtos frescos em perfeitas condições de conservação e, simultaneamente, reduzir o desperdício de alimentos – quer em loja com validades caducadas, quer em trânsito pela cadeia de abastecimento com perdas por má conservação/demora no abastecimento.

De facto, gerir a conformidade dos stocks de produtos frescos sempre foi um desafio para os retalhistas. Uma função que consumia tempo e recursos preciosos de trabalho dos funcionários, que agora é beneficiada pela revolução tecnológica no setor de retalho, assim como das colaborações desenvolvidas entre equipas de provedores e retalhistas, e que permitem que seja dado um passo em frente na gestão de produtos até agora considerados impossíveis de gerir de forma eficaz, seja produtos frescos, seja líquido e bebidas.