DB Schenker aumenta até 15% investimento em sustentabilidade, digitalização e recursos humanos em 2023

A DB Schenker está a equipar os armazéns com tecnologia robótica e a recorrer a inteligência artificial para analisar e organizar os fluxos de produção, de forma a automatizar e tornar as operações mais eficientes, conta António Paulo, managing director em Portugal, em entrevista ao Hipersuper.

Com um investimento permanente, a digitalização dos serviços é atualmente uma “parte indissociável” da proposta de valor da empresa com 150 anos de vida e “um elemento essencial à inovação”.  A empresa tem em marcha um conjunto de planos de desenvolvimento de negócio, com uma “forte componente digital”, para permitir uma “maior interação e visibilidade” ao longo da cadeia de valor.

António Paulo, managing director em Portugal da DB Schenker

Já na área da sustentabilidade, a empresa está a apostar na eletrificação da frota do transporte terreste, por exemplo, para reduzir a sua pegada ecológica.

Por outro lado, António Paulo reconhece que o desenvolvimento contínuo de competências e a motivação dos profissionais está a ganhar cada vez maior relevo na sustentabilidade das empresas de logística. Para dar resposta a este desafio, a empresa criou um departamento (People&Organization) para gerir um conjunto de programas de formação técnica e de liderança que prepara os trabalhadores para os novos desafios. “A gestão de equipas e das atividades em trabalho remoto num modelo híbrido é hoje um tema que requer uma especial atenção para que se possa proporcionar um equilíbrio perfeito entre a vida pessoal e profissional, sem deteriorar os níveis de eficiência e de produtividade”, exemplifica.

Em 2023, a empresa planeia aumentar até 15% o investimento nas rúbricas de sustentabilidade, digitalização e recursos humanos, anuncia o managing director em Portugal.

Os efeitos ainda presentes da pandemia, a escalada dos preços da energia, a inflação recorde, a guerra da Rússia na Ucrânia, são mais desafios que as empresas do setor logístico têm de lidar. A DB Schenker tem apostado numa estratégia de “resiliência pró-ativa” que se traduz no lançamento de novos serviços e soluções. No transporte terrestre, por exemplo, aumentou a frequência de fluxos diários de trocas comerciais com os principais países europeus, permitindo aos seus clientes “otimizar a gestão dos stocks”. No transporte marítimo, além das soluções FCL (Full Container Load) disponíveis nas principais tradelanes intercontinentais, a empresa tem vindo a reforçar as soluções LCL (Less Container Load) dando uma resposta mais assertiva às necessidades de clientes com menor volume nesta fase de aperto económic0.

Apesar da contração económica esperada em economias europeias com ligações comerciais a Portugal, a DB Schenker estima que o negócio irá crescer entre 15 e 20% no próximo ano. A inflação galopante não dá sinais de abrandamento, mas António Paulo encontra “neste cenário preocupante”, uma oportunidade para o nosso país tirar partido da “elevada competência técnica e produtiva” que dispõe para explorar novas oportunidades de negócio.

“A nossa posição geográfica confere-nos uma grande vantagem a nível europeu, permitindo redirecionar fluxos de produção e de logística em detrimento da forte dependência asiática”, concretiza o gestor, acrescentando que, com incentivos fiscais competitivos, maior agilidade administrativa e jurídica e foco direcionado à promoção empresarial, Portugal pode ter condições muito atrativas para a fixação de novos investimentos nacionais e estrangeiros que permitam mitigar a médio prazo os efeitos desta recessão anunciada”.