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Portugueses mostram-se mais preocupados com o futuro do que no auge da pandemia

Por a 26 de Setembro de 2022 as 10:06

bens de grande consumoA preocupação dos portugueses com o futuro está agora ainda mais elevada do que no momento do primeiro confinamento, em abril de 2020, e são muitos os que temem não conseguir manter o seu nível de vida, conclui o mais recente estudo da Boutique Research.

“Após vivermos uma pandemia, todos ansiávamos por momentos positivos, o que infelizmente não aconteceu. Pelo contrário, instalou-se novamente o impensável: a guerra (o equivalente à pandemia) e, provavelmente, por isso o sentimento geral tende a ser ainda mais negativo pelo efeito a dobrar”, comenta Yolanda Santos, diretora de estudos qualitativos da Boutique Research.

Esta preocupação já se traduz numa “mudança de comportamentos” dos consumidores aos quais as marcas têm de se “ajustar rapidamente”, satisfazendo as novas necessidades que emergem do atual contexto e “mantendo-se relevantes”.

“Os consumidores já estão na disposição de sacrificar as marcas que usam habitualmente e estão a tomar mais medidas de poupança do que durante o segundo confinamento. Não há espaço para os produtos e serviços percebidos como supérfluos”, salienta a empresa de estudos de mercado.

O estudo da Boutique Research tentou perceber se o aumento da inflação está a ter um maior ou menor impacto do que a pandemia teve na confiança, situação económica e forma de comprar dos portugueses.

“Nos últimos dois anos e meio, foram muitos os ajustes que os portugueses fizeram na sua forma de comprar e viver. No início da pandemia, a incerteza levou a um medo enorme do futuro. Desta vez, não é a incerteza. São os efeitos da inflação que já se fazem sentir na carteira dos portugueses: 43% dizem que não vão conseguir manter o nível de vida (quando em abril de 2020, altura do primeiro confinamento, eram 31%). Mais uma vez, as empresas e marcas vão ter de se reajustar a este novo contexto”, afirma Sofia Abecasis, sócia fundadora da Boutique Research.

A preocupação do futuro está, assim, ainda mais elevada do que estava em abril de 2020, (75% muito preocupados e 38% extremamente preocupados versus 30% no início da pandemia). Um total de 86% dos consumidores considera que a situação económica do país ainda vai piorar bastante ou ligeiramente.

Apesar deste contexto, a grande maioria dos portugueses não mostra ainda medo de perder o emprego (84% afirmam que de certeza ou provavelmente não vão perder o emprego), situação que se pode alterar à medida que a retração do consumo comece a afetar as empresas.

Segundo o estudo, está a aumentar a importância do preço acessível e das promoções (dois em cada três refere que estes dois atributos são mais importantes do que antes do segundo confinamento, em fevereiro de 2021,) e também a procura por marcas próprias (37% no segundo confinamento versus 57% em setembro de 2022), além da utilização de cupões de desconto.

“Por outro lado, é sacrificada a marca que o consumidor sempre usou, o ser eco e sustentável e a elevada qualidade dos produtos”, realça o estudo.

Entre as medidas de poupança, as mais populares junto dos portugueses são, respetivamente, estar mais atento às promoções, comprar menos roupa e ou acessórios, deixar de comprar produtos e serviços supérfluos e procurar mais marcas próprias.

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