Savills prevê recuperação do investimento em ativos europeus de retalho ainda este ano

O investimento em ativos de retalho na Europa voltou a cair no ano passado, pelo quarto ano consecutivo, registando um volume global de 32,2 mil milhões de euros, um valor 27% abaixo da média dos últimos cinco anos (perto de 50 mil milhões de euros). A análise da consultora imobiliária Savills  indica que o investimento em retalho europeu caiu 5% face a 2020.

No entanto, o setor registou uma recuperação significativa no segundo trimestre do ano passado, alcançando um investimento de 6,9 mil milhões de euros, o que representa uma subida de  18% em relação a 2020. Os terceiro e quarto trimestres de 2021 também ficaram acima dos períodos correspondentes do ano anterior, com subidas respetivas de 38% e 34%, respetivamente.

“Em certos mercados europeus foi possível observar alguns sinais de recuperação, principalmente no Reino Unido, em Itália e nos países nórdicos. Adicionalmente, o Reino Unido, a Alemanha e França captaram 72% do total de investimento em retalho feito na Europa em 2021, com os volumes de negócio no setor a superar os de 2020”, afirma a consultora imobiliária, em comunicado.

Retail parks lideram preferências de retalho em 2021

Os retail parks e as instalações de armazenamento dedicadas ao retalho representaram mais de 30% do total de investimento feito no setor em 2021, um aumento face à média de 20% dos últimos cinco anos. “Os investidores, pretendendo reforçar as margens de lucro e minimizar os riscos, encontraram nos retail parks e formatos de retalho alimentar de pequena dimensão em 2021 como ativos menos expostos, de forma geral, aos riscos lançados pelas limitações impostas pela pandemia de Covid-19”, acrescenta a empresa.

Entre 2013 e 2019, os supermercados e hipermercados representavam cerca de 7% do investimento em retalho. Contudo, em 2020 e 2021 essa parcela aumentou para 20% e 17%, respetivamente.

O setor da conveniência na Europa (retail parks, armazéns para retalho, supermercados e hipermercados) captou um investimento de cerca de 14 mil milhões de euros em 2021, representando perto de metade do volume de investimento total no setor.

Centros comerciais deverão recuperar nos próximos anos

Por outro lado, o segmento dos centros comerciais tem vindo a cair, à medida que o comércio online ganha tração e as incertezas sobre o futuro ainda lançam sombras sobre os formatos físicos de retalho. Em 2013, os centros comerciais representavam 41% do total de investimento, mas em 2021 essa representatividade caiu para 17%.

“A recuperação económica gradual e o levantamento progressivo das restrições de combate à pandemia têm revitalizado os centros comerciais. Essa tendência de recuperação deverá continuar a observar-se ao longo dos próximos anos”, prevê a Savills.

“Na sua trajetória de adaptação aos novos tempos, os centros comerciais vão também procurar diversificar ainda mais a oferta disponibilizada aos clientes, com a adição de novos serviços e lojas, como clínicas, serviços e espaços de cowork. No entanto, os ramos de alimentação e conveniência deverão continuar a dominar as preferências de investimento em 2022”, conclui a empresa.