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Greencharge avança com negociações para entrar na distribuição

Por a 6 de Agosto de 2021 as 16:47
 Rafael Lemos, project manager da Greencharge

Rafael Lemos, project manager da Greencharge

Depois das autarquias, a Greencharge está em processo de negociações com algumas empresas para entrar com o seu modelo de negócio no retalho. A empresa do grupo dreamMedia tem uma solução de postos de carregamento de veículos elétricos que se diferencia por incorporar, ao mesmo tempo, um suporte publicitário digital, acreditando ser esta uma mais-valia de monta para empresas de distribuição alimentar.

Instalada a solução no município de Loures, a empresa pretende agora alargar o seu modelo de negócio ao retalho, estando prevista a instalação de 50 postos de carregamento de veículos elétricos até ao final do ano, revela Rafael Lemos, project manager da Greencharge, em declarações ao Hipersuper. Fechado, para já, está um acordo com o mancípio de Vila Nova de Gaia para a instalação de cinco equipamentos na via pública. O total de postos de carregamento previstos incluem contratos com autarquias e empresas de distribuição.

Rafael Lemos, recentemente inserido no projeto, acredita que este modelo negócio tem grande potencial a nível empresarial, pelas mais-valias que traz para os retalhistas, sobretudo ao nível de soluções publicitárias. “Já temos painéis de publicidade nas montras e dentro das lojas. E as próprias bombas de gasolina também têm painéis digitais com publicidade. O que queremos é pegar neste conceito e trazê-lo para a mobilidade elétrica”, explica o responsável da Greencharge.

No fundo, a empresa está a investir, desde que apareceu no mercado em 2019, numa solução dois em um, permitindo-lhe fornecer um serviço de carregamento de veículos elétricos a um custo mais baixo, sendo este compensado pelas mais-valias geradas pela publicidade. “Temos a venda de eletricidade e a venda de publicidade. O que nos possibilita ser um low cost provider, sem abdicar da qualidade do equipamento ou da qualidade do carregamento porque estamos a fazer dinheiro com a publicidade”, esclarece.

Os painéis publicitários incorporados nos postos de carregamento são digitais, permitindo às empresas adotar variadas soluções de comunicação. Para tal, muito do investimento da Greencharge está a ser canalizado para ‘programmatic advertising’. “Algumas boas dezenas de milhares de euros” estão a ser canalizadas só para inovação e desenvolvimento, na criação de máquinas.

O investimento em ‘programmatic advertising’, no âmbito de um projeto da dreamMedia, permitirá às empresas de distribuição utilizar os equipamentos para fornecer um serviço aos clientes que incentiva a mobilidade sustentável. Ao mesmo tempo, os retalhistas terão à disposição uma nova ferramenta de comunicação. “Possibilita mais vendas com uma comissão publicitária e, como estamos a investir bastante assertivamente no programmatic advertising, a própria insígnia poderia utilizar os nossos aparelhos para fazer comunicações de promoções à hora, ao dia, consoante o tempo que está lá fora”, sublinha.

Existe ainda a possibilidade de ser ‘cedido’ espaço publicitário aos fabricantes. Neste capítulo, Rafael Lemos traça um paralelismo com o que acontece nos lineares das lojas da distribuição. “Nos supermercados as prateleiras do meio são as mais valorizadas, dando a possibilidade aos supermercados de negociar melhores condições com os fornecedores. Se o fabricante quiser ficar na prateleira do meio, dá um desconto à cadeia de distribuição e poderá ainda aparecer num spot num ecrã ligado à mobilidade elétrica”, exemplifica.

O responsável, de resto, considera que o negócio tem muito espaço para crescer, apesar deste tipo de equipamentos não trazer o mesmo nível de receitas de uma gasolineira, por muitos particulares terem os seus próprios equipamentos. Afinal de contas, a mobilidade elétrica é uma tendência em franco crescimento. Em relação aos retalhistas, estes equipamentos associam não só as suas operações a modelos mais sustentáveis ambientalmente, como também oferecem comodidade a quem tem de despender tempo para carregar o veículo. “Quando alguém vai a um supermercado, é uma espécie de dois em um. Em vez de o cliente carregar na rua e ficar de braços cruzados à espera, vai ao supermercado enquanto carrega o seu carro”, considera. Os equipamentos, acrescenta, também poderão vir a ser uma forma de captar mais clientes e fidelizá-los. “Os supermercados podem começar a usar informação da mesma forma que usam a informação sobre os produtos que compramos com o cartão de cliente”, salienta.

Em matéria de concorrência, Rafael Lemos diz não ser intenção da empresa ser o maior fornecedor de energia. “Como tem a componente da publicidade, esta tem de estar visível. Se um supermercado quer colocar 20 postos de carregamento dentro dos seus parques de estacionamento, provavelmente apenas duas posições é que interessam para a Greencharge. Porque onde as pessoas passam é junto às portas de entrada e aí vale a penas ter o ecrã com publicidade. Se estiver encostado num parque de estacionamento, onde ninguém vê ou onde ninguém passa, já não interessa”, conclui.

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