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APCC quer desbloquear acesso de lojistas de centros comerciais ao Fundo de Modernização do Comércio

Por a 22 de Junho de 2021 as 14:14

CascaisShoppingA Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) apresentou na manhã desta terça-feira, à imprensa, o Plano de Retoma para o Retalho, elaborado em parceria com a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários, a Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais e a Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas.

O Plano de Retoma elenca medidas a alcançar a curto prazo, como a preservação dos postos de trabalho e o apoio às rendas de lojistas independentes (pequenos operadores, com menos de três lojas), assim como aos equipamentos de lazer e culturais -, e medidas de longo prazo, como a transição digital, a requalificação dos espaços físicos para o conceito omnicanal e a requalificação dos recursos humanos.

À margem da apresentação do Plano de Retoma, Rodrigo Moita Deus, CEO da APCC, disse ao Hipersuper que o documento já foi discutido com o Governo, ao qual vai ser apresentado oficialmente na próxima semana. “Já discutimos o plano com o Governo, a quem vamos apresentar formalmente, em princípio, o documento na próxima semana. Há dois ou três dossiers difíceis, nomeadamente a questão do Fundo de Modernização do Comércio, uma ferramenta que já existe, mas cujo acesso está bloqueado a lojistas dos centros comerciais”. O Fundo nasceu em 2014 e é capitalizado através das taxas de licenciamento dos centros comerciais.

O CEO da APCC quer convencer o Governo da bondade da medida que pretende desbloquear o acesso ao fundo e, da mesma forma, garantir que sejam promovidas medidas de apoio à tesouraria dos lojistas para fazer à necessidade de requalificação dos espaços físicos.

“Estamos a recomendar aos associados o apoio às rendas até ao final do ano para os equipamentos de lazer, culturais e lojistas independentes. A utilização do fundo seria para a transição digital e para requalificação dos espaços físicos, não das grandes cadeias mas dos pequenos lojistas que representam entre 10 a 15% dos lojistas nos centros comerciais”, detalha Rodrigo Moita Deus.

Entre as linhas mestras do plano, o CEO da APCC destaca a importância de garantir condições para fazer a requalificação dos espaços físicos, de forma a espelharem a integração do canal físico com o canal online, “o que significa que as lojas passam a ser também showrooms e centros de logística”. O documento quer também garantir a formação dos lojistas, “especialmente os que não estão integrados em grandes cadeias e precisam de formação para fazer a transição digital e aprender a trabalhar com ferramentas como o Facebook e o Google”.

O Plano de Retoma quer ainda garantir o apoio ao investimento e o livre acesso ao mercado digital. “O acesso ao mercado digital tem que ser democrático e, na prática, temos portageiros que nos impedem de aceder livremente. Estou a falar dos gigantes tecnológicos, já que não consigo chegar ao mercado digital sem pagar portagem à Google ou ao Facebook, o que é uma distorção completa das regras de mercado, nunca antes vista”, sublinha Rodrigo Moita Deus.

Até ao final do ano, a APCC compromete-se ainda a lançar uma incubadora de retalho. A associação vai lançar um concurso anual de incubação de novos conceitos e novos serviços nos centros comerciais dos seus associados para projetos relacionados com sustentabilidade e omnicanalidade.

“Este é o primeiro passo para a autorregulação do setor. A ideia é que temos que convergir naquilo que são os nossos interesses, necessidades e prioridades. O setor está representado por múltiplas associações e é fundamental que estas sejam capazes de se sentar na mesma mesa para tomar decisões conjuntas”, termina o responsável.

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