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Investimento em imobiliário comercial desacelera 20% em 2020. Ativos para setor industrial e logístico com elevada procura

Por a 4 de Janeiro de 2021 as 10:51

Novo armazém automatizado_robóticaO investimento em imobiliário comercial português alcançou 2,6 mil milhões de euros no ano passado, valor que compara com os 3,240 mil milhões de euros transacionados em 2019, representando uma quebra homóloga de 20%, de acordo com os resultados preliminares da JLL.

Ainda assim, o ano passado foi o terceiro melhor de sempre desde que há registo do investimento em imobiliário comercial em Portugal, revela a consultora imobiliária em comunicado de imprensa. “Não fosse a proliferação da Covid-19, 2020 teria sido o melhor ano de sempre para este setor, quebrando novos recordes”, acredita Pedro Lancastre, diretor geral da JLL.

Um dos segmentos com muita procura, em resposta ao crescimento exponencial do e-commerce mas com falta de produto para satisfazer o apetite dos investidores, é o setor industrial e de logística. “Esta situação identificou novos ‘players’ e novos negócios, fazendo aumentar a necessidade de novas unidades de armazenamento, especialmente as chamadas ‘last-mile’, ou seja, as que estão mais próximas dos pontos de venda. No entanto, este é um mercado com poucas opções de oferta, sobretudo para áreas superiores a 10.000 metros quadrados (m2 ), o que acaba por pressionar os níveis de ocupação”, comenta Mariana Rosa, head of office/logistics agency & transaction management da JLL. “Os investidores estão muito atentos a este segmento e perspetiva-se que a atual escassez de instalações modernas de qualidade venha a ser colmatada com o arranque de projetos em pipeline, que só na área metropolitana de Lisboa se estima ser de 340.500 m2 nos próximos anos”, acrescenta.

Rendas “prime” no retalho caem entre 5 a 10%

As rendas “prime” no retalho, um dos setores mais afetados pela pandemia, terão caído entre 10 a 15%, refletindo as limitações impostas, com impacto quer nos centros comerciais quer no comércio de rua. “No início da pandemia, o retalho sofreu muito pela diminuição de vendas devido ao confinamento imposto aos portugueses e à falta de turistas a visitar o país. A restauração foi das áreas mais afetadas, mas setores como o de decoração e bricolage, além do desportivo, beneficiaram das tendências que nasceram do ‘lockdown’. No retalho de rua, há também uma nota positiva para o comércio de conveniência e de proximidade”, comenta Patrícia Araújo, head of retail da JLL. “Os centros comerciais sofreram mais no início da pandemia, devido à desconfiança do consumidor em frequentar espaços fechados, mas têm tido cada vez mais afluência, uma vez que a ida ao centro comercial se mostrou bastante segura, visto terem sido tomadas todas as precauções necessárias para a segurança dos seus visitantes por parte dos proprietários dos centros e das próprias marcas. No que se refere especificamente à procura de espaços de retalho, desde setembro que se registou uma atividade mais positiva, quer pelas perspetivas relativamente à vacina quer pela proximidade do Natal”, acrescenta.

Perspetivas para 2021

Apesar da incerteza face à pandemia ter adiado algumas decisões de investimento e atrasos no licenciamento de novos ativos, o último trimestre de 2020 trouxe já alguma recuperação a este setor, pelo que as perspetivas para 2021 são animadoras. De acordo com Pedro Lancastre, o mercado de investimento imobiliário, quer na vertente de aquisição para rendimento quer na área de promoção e desenvolvimento, vai continuar “muito dinâmico” em 2021. “Existe muita liquidez no mercado e, além dos investidores tradicionalmente interessados em imobiliário, as baixas taxas de juro vão direcionar novo capital para este segmento. Ao mesmo tempo, o mercado português mantém os seus fatores distintivos de atratividade. Temos um imobiliário muito bem cotado, com um bom potencial de valorização e oportunidades muito interessantes em setores que noutros países já estão aquecidos, mas que aqui estão a dar os primeiros passos”, explica.
Há, no entanto, alguns desafios a ultrapassar, lembra o diretor geral. “O setor continua a ter de lidar com desafios estruturais que existiam antes da pandemia”. Entre os quais “resolver os atrasos nos processos de licenciamento e rever a estratégia para os vistos ‘gold’, que podem voltar a ser um catalisador importante para a retoma económica do país”, conclui.

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