Huawei vende Honor para salvar marca das sanções norte-americanas

A Huawei anunciou esta terça-feira que vai alienar a marca de telemóveis “low cost” Honor. É a resposta da marca de smartphones chinesa às sansões impostas pelos EUA que acusam a empresa de estar ao serviço da espionagem do governo chinês.

A ideia é salvar a marca Honor, separando-a dos equipamentos de rede da Huawei. “A mudança foi feita para garantir a sobrevivência” da Honor, disse, em comunicado, a Huawei.

A venda vai ser feita a uma empresa com dois acionistas: uma tecnológica que pertence ao governo da cidade de Shenzhen, onde é a sede da Huawei, e um grupo de retalhistas da Honor. Quando a transação estiver concluída (o montante não foi divulgado), a Huawei não terá qualquer participação na nova empresa.

As sanções bloquearam o acesso da Huawei a tecnologia norte-americana, incluindo componentes e programas essenciais para o fabrico e operacionalidade dos telemóveis, incluindo “chips”, semicondutores ou os serviços da Google.

E já fazem mossa. As remessas totais de aparelhos Huawei e Honor caíram 5%, em relação ao ano anterior, no trimestre encerrado em junho, para 55,8 milhões de unidades, de acordo com a consultora Canalys, citada pela Lusa.

As vendas na China aumentaram 8%, mas as vendas para o exterior caíram 27%. As vendas de telemóveis da Huawei fora da China sofreram porque a empresa está impedida de pré-instalar serviços da Google, devido às sanções norte-americanas, segundo a mesma fonte.