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Os projetos da Auchan Retail para reduzir o plástico

Por a 2 de Agosto de 2018 as 11:56

Falámos com Rita Cruz, responsável de ambiente e sustentabilidade na Auchan Portugal, para perceber o que a retalhista está a fazer para reduzir a utilização de plástico nas suas lojas e na sua operação

Que medidas têm vindo a tomar para reduzir a utilização de plástico na vossa cadeia de distribuição? Desde quando têm esta preocupação na vossa atuação?

A título de exemplo e como histórico das nossas principais iniciativas: Fomos a primeira insígnia a incentivar o cliente a utilizar embalagens reutilizáveis nas suas compras. Implementámos as primeiras caixas ECO, em 2008. Estas eram caixas de cliente em que não se ofereciam sacos, com uma série de alternativas de sacos reutilizáveis. Fomos incutindo nos nossos clientes o hábito de reutilizar os sacos de compras, mesmo antes da legislação de 2015; No que diz respeito a produtos, desde 2011, temos feito uma aposta crescente no ecodesign, para otimização da embalagem, com o objetivo de reduzir o custo e o impacte ambiental por via da redução da matéria-prima utilizada; O nosso mercado Avulso, presente nas nossas lojas desde 2012, começou em duas lojas, Maia e Almada, num total de 400 referências. Hoje temos este mercado em todos os hipermercados Jumbo, com uma média de 1560 referências de produtos das quais 45 são artigos bio. Temos, ainda, algumas referências de produtos Avulso nas lojas MyAuchan, as nossas novas lojas de bairro). Ponderamos alargar a gama de produtos, mas de momento na vertente alimentar.

Quais os resultados das medidas já adotadas?

Relativamente aos sacos de caixa, temos desde 2008 inúmeras alternativas aos tradicionais sacos de plástico. Neste momento, e a título de exemplo, temos os sacos de papel, sacos alcofa reutilizáveis, bolsa dobrável, saco de ráfia, saco trolley de compras, um novo saco reutilizável para garrafas de vinho. Nas nossas lojas de bairro My Auchan oferecemos nas aberturas um saco dobrável que fica como um porta moedas. Temos neste momento uma média de 36 referências de sacos alternativos.
De 2014 para 2015, ano em que foi implementada a taxa sobre os sacos de plástico, duplicámos a venda de soluções alternativas aos sacos (mais 96%). Nos anos seguintes este valor reduziu bastante, uma vez que os clientes passaram efectivamente a reutilizar os sacos. De 2015 para 2016 reduziu em 85%.
Esta medida permitiu reduzir bastante a quantidade de plástico colocado no mercado. No ano de implementação da lei (2015) a quantidade de plástico colocada no mercado, por via dos sacos de caixa, reduziu em toneladas 55%.

Que projetos têm atualmente em curso com a mesma finalidade? Quais os objetivos a alcançar?

O tema da redução dos plásticos está a ser trabalhado em diferentes frentes e em diferentes mercados. Para o mercado Avulso vamos introduzir brevemente um saco em papel kraft. Estamos também a estudar a utilização de embalagens reutilizáveis para encher na loja, no entanto para já, e por questões de segurança alimentar, não será possível trazer de volta a embalagem de casa e voltar a encher.

No mercado das frutas e verduras temos um projeto, em parceria com os fornecedores, para exposição de hortofrutícolas que antes eram comercializados em couvetes ou sacos de plástico, para venda a granel. Iniciámos em outubro de 2017 um teste na loja Jumbo de Sintra e agora, em abril, desmultiplicámos para todas as lojas para as alfaces, num total de 11 referências. O objetivo é efetuarmos a exposição desta categoria, com os artigos completamente a granel, potenciando a imagem de frescura e colorido do linear, sem o uso do saco de plástico. O cliente poderá levar para casa três alfaces diferentes num mesmo saco com três etiquetas diferentes. Esta medida vai impactar numa redução de cinco toneladas o plástico por ano (retirámos a duplicação de sacos neste categoria). Estamos já a testar a mesma medida para a categoria dos tomates.

E que medidas estão a tomar, ou a pensar tomar, para reduzir o consumo de plástico descartável nas lojas?

Temos como objetivos: Dois novos produtos verdadeiramente circulares até 2019 e, até 2020, retirar todos os produtos de plástico de uso único e descartável das cafetarias e gastronomias, artigos como palhinhas, pratos, copos, talheres, pauzinhos café. E reduzir em 20% as embalagens de serviço de plástico no restante mercado dos produtos frescos.

 O que pensam da criação de zonas nos espaços comerciais para devolução de garrafas ou outros materiais de plástico em troca de “prémios” para os consumidores que adiram à iniciativa?

Estamos a analisar a viabilidade, relativamente a custos, processo logístico, espaço disponível e existência de equipamentos no mercado, para introdução de máquinas que permitam este tipo de ação de recolha junto do cliente. É uma medida que está também a ser analisada e discutida no âmbito das comissões de ambiente da APED [Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição].

 

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