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Projetos de economia circular no retalho português

Por a 24 de Outubro de 2017 as 12:02
Foto: {Åsa Sjöström} / Momentagency

Dar uma segunda vida aos produtos ou recolher a gordura da confeção de frango assado para transformar em biodiesel ou em fertilizante agrícola, são alguns exemplos de projetos circulares no retalho nacional

1. Ikea alcança autossuficiência energética em 2020

O combate às alterações climáticas, a gestão responsável dos recursos, as fontes de energia renováveis e apoio ao desenvolvimento sustentado junto das comunidades onde está presente, são os quatro pilares principais da estratégia de sustentabilidade da Ikea. Por ser uma empresa global, a cadeia não só tem a responsabilidade como a oportunidade de criar um impacto positivo nas pessoas e no planeta, explica ao HIPERSUPER Ana Barbosa, coordenadora de Sustentabilidade da Ikea Portugal. Recorrer a materiais recicláveis e reciclados, reaproveitar matérias-primas na conceção dos produtos e desenvolver soluções para prolongar o ciclo de vida das soluções de mobiliário e decoração, são alguns dos objetivos. Um exemplo é o projeto “Segunda Vida”, através do qual a retalhista sueca estende a vida útil dos produtos. Através deste serviço, os clientes trocam mobiliário que já não querem por um cartão presente e os artigos voltam a estar disponíveis na área de oportunidades das lojas. “A nossa ambição é reutilizar e reciclar o desperdício, incluindo o proveniente das nossas operações e dos produtos, no sentido de reduzir a utilização de recursos naturais no processo de produção”, sublinha Ana Barbosa. Os tapetes TÅNUM, por exemplo, são feitos a partir do algodão reciclado da sua própria operação, já que mais de 90% da sua matéria-prima é tecido que sobra da produção de roupa de cama. A marca está ainda a explorar a utilização de resíduos enquanto matéria-prima para a produção de novos artigos. No início deste ano, por exemplo, lançou a cozinha KUNGSBACKA, cujas frentes são feitas a partir de garrafas de água de plástico e granulado de madeira reciclada.

Em matéria de energia, a Ikea traçou como meta ser autossuficiente até 2020, o que significa produzir tanta energia renovável quanto aquela que é consumida nas lojas. A empresa investiu cinco milhões de euros para instalar 11 mil painéis solares nas coberturas das quatro lojas em edifício próprio em Portugal.

C&A

 2. C&A só trabalha com algodão orgânico certificado

Há 11 anos que a cadeia internacional de moda C&A só trabalha com algodão orgânico certificado. Em 2016, 33% dos artigos de algodão comercializados foram fabricados com algodão orgânico certificado e, até 2020, a multinacional tem como meta usar 100% de algodão sustentável.

Mais recentemente lançou uma coleção de t-shirts 100% recicláveis e fabricadas utilizando métodos de produção social e ambientalmente responsáveis, com certificação “Cradle to Cradle Gold”. “Fomos a primeira marca de moda mundial” a ter esta preocupação, garante ao HIPERSUPER Domingos Esteves, diretor-geral da C&A Ibérica.

A cadeia ambiciona ainda que, até 2020, um total de 67% das matérias-primas sejam obtidas através de fontes mais sustentáveis, assim como atingir zero descargas de substâncias químicas perigosas (ZDHC) em redes de fornecimento.

“Só em 2016 e fruto da utilização de algodão orgânico, poupámos a nível mundial 136.899 litros de água, evitámos o uso de 125.976 quilos de pesticidas, melhorámos a qualidade de 39.973 hectares de terra e impedimos a emissão de 58,6 milhões de quilos equivalentes de CO2”, exemplifica Domingos Esteves.

Ecopontos Pingo Doce

3. JM reduz para metade desperdício alimentar até 2025

A Jerónimo Martins (JM) assumiu o compromisso de reduzir o desperdício alimentar em 50% até 2025, face a 2016, enquanto membro do Consumer Goods Forum. O grupo assumiu ainda a meta, para as três geografias onde opera, de diminuir a quantidade de resíduos enviados para aterro em cinco pontos percentuais no triénio 2015-2017. A taxa de valorização de resíduos gerados pela JM fixou-se em 83,1% em 2016.

A multinacional comprometeu-se ainda a implementar anualmente pelo menos dez projetos de eco-design em produtos de marca própria até 2018. Um projeto feito em parceria com os fornecedores com o objetivo de desenvolver soluções que reduzam o consumo de matérias-primas, promovam a integração de materiais reciclados e assegurem a sua reciclabilidade.

“O Pingo Doce foi a primeira cadeia de distribuição em Portugal, ainda antes de ter sido implementada legislação específica, a introduzir pontos de recolha de óleo alimentar depositado por clientes, contribuindo para a minimização de um grave problema ambiental. Em 2016, através destes ecopontos de recolha, conseguimos encaminhar para reciclagem 109 toneladas de óleos alimentares”, conta fonte oficial da cadeia ao HIPESUPER.

Em 2016, implementou um projeto-piloto em Portugal, na Polónia e na Colômbia que consiste na recolha da gordura proveniente da confeção de frangos assados nas suas lojas e o respetivo encaminhamento para valorização: uma parte para transformação em biocombustível e a restante para utilização como fertilizante agrícola.

4. Todos os modelos Volvo com motor elétrico em 2019

A Volvo foi o primeiro fabricante automóvel a anunciar que, a partir de 2019, qualquer novo modelo lançado no mercado terá um motor elétrico incorporado, segundo Aira de Mello, diretora de marketing da Volvo. Entre os objetivos da empresa destacam-se atingir um total de um milhão de automóveis elétricos vendidos em todo o mundo em 2025 e, também nesse ano, alcançarmum impacto climático neutro nas operações.

*Texto originalmente publicado na edição impressa do Hipersuper, integrado num dossier sobre Economia Circular

 

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