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O Estado da Arte do Recrutamento no Retalho, por Luís Mouta Dias (Michael Page)

Por a 12 de Julho de 2017 as 16:48

Por Luís Mouta Dias, Consultor Michael Page Retail

Assistimos no País ao surgimento de novas insígnias no setor do retalho e novos e inovadores conceitos de loja em marcas há muito estabelecidas, ou seja, o mercado assume cada vez mais uma dinâmica que ‘obriga’ as empresas a repensarem a sua estratégia na hora de recrutar.

Para conseguir atrair um maior número de profissionais com um alto nível de potencial, cabe a cada empresa ser hábil na forma como comunica ao mercado a existência de oportunidades em aberto. É uma evidência tácita que os meios online superam já o tradicional jornal e, em algumas posições mais estratégicas, já se assiste a abordagens diretas e contactos personalizados feitos via LinkedIn ou outras redes sociais e ferramentas.

Se pensarmos que o frenesim do quotidiano é grande, que cada vez mais é importante a noção de  “work-life balance” e que, por outro lado, estamos permanentemente conectados através de um dispositivo móvel – seja no metro a caminho de casa, nos cinco minutos que aguardamos na sala de espera do médico ou até durante o horário de almoço – é fácil perceber que a estratégia das empresas deve caminhar na direção desta nova era digital. Numa perspetiva de médio/longo prazo, sobreviverão as empresas que se anteciparem a essa necessidade.

Cada vez mais é necessária a astúcia de desenvolver plataformas de ecommerce rápidas, eficazes, sérias, capazes de colocar um produto verdadeiramente à distância de um simples clique. Neste enquadramento, assiste-se hoje a uma forma de estar e atuar online que coloca desafios, quer à mais pequena das empresas como à gigante multinacional, abrangendo diferentes áreas de negócio e culturas organizacionais – das mais tradicionais às mais vanguardistas.

Esta mudança obriga a que as empresas recrutem perfis especializados nessa área, nomeadamente profissionais com “background” em gestão e marketing, especialização posterior em marketing digital, experiência consolidada na conceção e desenvolvimento de plataformas de comércio eletrónico, bem como uma visão estratégica e analítica do negócio. Este tipo de profissionais perfila-se como os que mais rapidamente farão o “match” com esta tipologia de funções.

Sendo este um mercado já consolidado em grandes multinacionais, mas ainda numa fase embrionária em muitas empresas de menor dimensão, acabamos por ter uma inversão das leis de mercado e ter mais projetos profissionais do que candidatos ajustados aos mesmos.

Além das mudanças já mencionadas no que respeita à mudança dos hábitos de consumo e dos canais de venda privilegiados, a exigência atual do consumidor obriga a que haja também uma mudança  no tipo de abordagem e no tipo de perfis a recrutar. Se, há uns anos, o atendimento personalizado era algo que apenas encontrávamos em marcas de seguimento “premium”, hoje é já uma tendência global. Crescentemente as marcas recrutam profissionais que primam pelo cuidado e atenção ao cliente, algo cristalizado no conceito de “customer care”, que valoriza um perfil polido e cuidado no trato que, no processo de venda, consiga ter a habilidade para de uma forma natural fazer o “cross-selling”.

De um modo geral, as organizações acabam por procurar hoje em dia evitar os balcões de atendimento ou a contratação de funções de ‘apenas’ vendedores. Em alternativa, valorizam consultores especializados para os seus clientes, capazes de desenvolver relações emocionais e soluções personalizadas, atentos às necessidades do cliente por forma a fidelizá-lo. A nova era tecnológica em que vivemos faz com que essas necessidades ultrapassem os limites do espaço físico de loja, sendo cada vez mais comum a venda online, o chamado ecommerce, e a promoção dessas plataformas mesmo na experiência de compra em loja, como já acontece nas novas “digital stores”.

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