Estudo Nielsen. “Portugal está a sair de um cenário de deflação nos bens de grande consumo”
As vendas de bens de grande consumo na Europa aceleraram 0,3%, em volume, e os preços subiram 0,8% no terceiro trimestre de 2016, face a igual período do ano anterior, segundo o relatório Growth Reporter, desenvolvido pela Nielsen.
Neste período, e tal como tem acontecido desde o início de 2016, a Europa continua a registar menores crescimentos de preços e volumes, comparando com os resultados alcançados em 2015. No total, assistiu-se a um aumento de vendas em valor de 1,1% (-1,9 pontos percentuais em relação ao período homólogo).
“No panorama europeu, o crescimento em volume dos Bens de Grande Consumo [BCG] é especialmente baixo, quando comparado com períodos anteriores. Na verdade, dos 36 países analisados, 17 apresentam crescimentos negativos em volume, demonstrando uma situação pouco positiva”, sublinha o relatório da consultora.
Com os piores resultados, destacam-se, nomeadamente, a Grécia (-8,7%) e a Lituânia (-7,3%). “Mas também países como a Finlândia (-3,4%), o Reino Unido (-0,5%), a Dinamarca (-0,4%), a Alemanha (-0,3%) e a França (-0,2%) apresentam crescimentos negativos de volumes”, sublinha Ana Baula Barbosa, Retailer Services Director da Nielsen.
Num contexto europeu negativo, Portugal é um dos países que apresenta maiores crescimentos de vendas em valor (3,2%), revela um crescimento de preços de 0,5% (face a uma deflação de -0,6% no período homólogo) e um crescimento de vendas em volume (2,7%), acima da média Europeia, que cresce 0,3%.
Segundo Ana Paula Barbosa, “estes números demonstram que Portugal está a sair de um cenário de deflação nos BCG, sendo este um sinal positivo para quem opera neste setor de atividade”.
Marcas da distribuição em recuperação
Os resultados positivos de Portugal devem-se em parte ao crescimento do setor das bebidas não alcoólicas, que aceleram 4% no acumulado até ao final do 3º trimestre, e das bebidas alcoólicas, que crescem 3%, em resultado de um verão com temperaturas elevadas. Os congelados também crescem 4% até este período e os produtos para higiene do lar apresentam uma subida de 3%. Os laticínios, apesar da sua recuperação face ao período homólogo, continuam a apresentar perdas de vendas (-1%).
Apesar do crescimento das marcas de fabricante (3%), as marcas da distribuição começam a apresentar sinais de uma recuperação gradual (-1% contra um período homólogo de -3%). Estas marcas apresentaram resultados “muito positivos” durante o verão e destacam-se especialmente no “setor da higiene pessoal, no qual o seu crescimento ultrapassou o das marcas de fabricante nos últimos meses”.