Região dos Vinhos Verdes vai exportar este ano 60 milhões de euros

As vendas de vinho verde  aceleraram 6% até setembro de 2016, face ao período homólogo do ano anterior. As elevadas temperaturas que se fizeram sentir nos meses de verão, “desde os santos populares tivemos apenas dois ou três dias de chuva”, assim como o turismo, contribuíram para o desempenho, revelou Manuel Pinheiro, presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), por ocasião da apresentação da segunda edição do “Marcas e Consumidores”, uma iniciativa da Centromarca, Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marcas, que teve lugar ontem, em Lisboa.

“O turismo tem um peso crescente para a fileira das bebidas. Os produtores estão a reforçar a comunicação em restaurantes e nos principais pontos turísticos do País. Os turistas são importantes pela via do consumo direto mas também porque no regresso levam consumo para casa”.

Manuel Pinheiro estima que a região, a segunda maior do País com uma produção de 75 milhões de litros, depois do Alentejo, termine o ano com 60 milhões de euros exportados, cifra que representa 52% da produção. A região é também a segunda maior do País em exportação. Apesar de enviar os seus vinhos para 107 países, é na Alemanha, EUA e Canadá onde sua a presença é mais vincada.

A exportação de vinhos nacionais estão este ano muito perto de alcançar “valores recorde”, e as do vinho verde em particular. Um caminho que não começou hoje mas está a consolidar-se. “Houve uma mudança cultural no produtor português. O produtor vocacionou-se para a exportação e hoje é muito comum ver os produtores a comercializar os seus vinhos nos mercados internacionais”.  O exemplo dos vinhos verdes é paradigmático. A região exportava 15% da produção em 2000, hoje envia mais de 50% dos néctares para os mercados internacionais.

A grande vantagem do vinho português é a sua diferenciação. “O nosso vinho utiliza castas que são ainda desconhecidas a nível mundial”. Segundo o presidente da Comissão, o vinho verde tem ainda a particularidade de ter poucas calorias, “não há muitas marcas a nível mundial com estas características”, garante.

A região demarcada desde 1908 tem atualmente cerca de 22 mil produtores.