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Imobiliário comercial em Portugal recupera atração de financiadores

Por a 3 de Novembro de 2015 as 18:10

imovelO setor de imobiliário comercial em Portugal assiste à “recuperação dos níveis de financiamento ao investimento e promoção”, conclui a consultora JLL na última edição do estudo “Iberian Lenders Survey in Commercial Real Estate”.

De acordo com o inquérito, as entidades que financiam este setor em Portugal – e que incluem Banca nacional e internacional, seguradoras e fundos de dívida – começam a “revelar maior apetite pelo mercado e estão dispostos a voltar a injetar capital nas mais diversas operações, embora se mantenham cautelosos”.

Em Portugal, observa-se uma maior cautela dos financiadores, que estão dispostos apenas a financiar um montante até 50 a 60% do valor da garantia prestada para a operação. Comparando com Espanha, os spreads também estão em níveis mais elevados em Portugal, cerca de 100 a 150 pontos base mais do que no país vizinho, com a maioria dos financiadores que operam no mercado português a admitirem aplicar spreads superiores a 300 pontos base.

Nos termos dos empréstimos, o estudo nota que os financiadores em Portugal, e em especial, os Bancos, procuram sobretudo operações pouco complexas e com garantias plenas, preferindo contratos de menor duração (menos de ste anos), enquanto em Espanha se denotam mais financiadores dispostos a assumir financiamentos de longo-prazo (mais de dez e de 15 anos).

Quanto à dimensão das operações, a preferência em Portugal, em geral, é de negócios de menor dimensão. Neste contexto, os Bancos internacionais são os únicos players de relevo em negócios superiores a 50 milhões de euros, segundo o estudo, que situa a dimensão dos restantes negócios entre os dez e os 50 milhões de euros. Já em Espanha, o ticket mínimo referido é de 20 a 50 milhões de euros, mas a maioria dos financiadores mostra apetite por negócios acima dos 50 milhões de euros.

Em termos de tendências futuras, o inquérito produzido pela consultora aponta para crescentes níveis de financiamento a investimento e promoção de imobiliário comercial na Península Ibérica, considerando as melhorias do mercado imobiliário e a possibilidade da entrada de novas entidades financiadoras, incluindo banca internacional e financiadores alternativos, embora a Banca tradicional continue a ser dominante. Face a este contexto, os spreads nestas operações deverão continuar a comprimir em ambos os mercados, com reduções de 150 a 275 pontos base em Espanha e de 250 a 400 pontos base em Portugal.

O estudo conclui ainda que o investimento imobiliário continua a registar elevados níveis de liquidez de capitais próprios e só quando este fluxo reduzir, o financiamento aumentará de forma mais expressiva, alertando que não existirá uma terceira onda de capitais próprios porque não haverá produto. O inquérito conclui ainda que um registo histórico nas taxas de juro faz com que seja um bom momento para alavancar o financiamento ao investimento e aos projetos imobiliários.

Fernando Ferreira, Head de Capital Markets da JLL Portugal, comenta que “este regresso dos financiadores ao imobiliário comercial seria de esperar, na medida que os indicadores do mercado imobiliário português estão cada vez mais sólidos. Por outro lado, também o mercado de financiamento em geral está mais dinâmico, sobretudo desde a implementação das medidas de QE pelo BCE desde janeiro. Isso permitirá aumentar os níveis de crédito sobretudo concedido às empresas, que era um problema específico de Portugal. Além disso, os Bancos portugueses em geral estão mais abertos ao financiamento das famílias e, em junho, este mercado correspondia a 46,5% do total de crédito ao setor privado, sendo este o nível mais positivo desde a crise de 2011”.

 

 

 

 

 

 

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