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Imobiliário comercial dispara em 2015. Até agosto volume de negócio ultrapassa em €311 mil total de 2014

Por a 30 de Setembro de 2015 as 15:59

cushmanwakefield.gifO investimento no mercado imobiliário nacional chegou a um novo recorde em 2015, impulsionado sobretudo pelo retalho. O volume de negócio no setor comercial, no primeiro semestre, atingiu os 1 000 milhões de euros, valor que ultrapassa os 689 milhões conseguidos ao longo dos dois semestres de 2014.

O investimento no imobiliário de retalho começou 2015 com uma “tímida evolução”, tendo disparado a partir da primavera, com a acentuada dinâmica de mercado a refletir-se sobretudo em novas ofertas.

O volume de negócios do mercado de imobiliário para o setor de retalho refletiu, no primeiro semestre do ano, uma “mudança de padrões de consumo”, com o segmento não alimentar em “forte recuperação”. O que significa uma recuperação do consumo privado que, por sua vez, dá a entender que a confiança dos consumidores disparou neste período.

O crescimento mais notável está no comércio de rua, tendência impulsionada inicialmente pelo investimento estrangeiro mas que, este ano, beneficia da retoma da expansão pelos operadores nacionais. O aumento da procura culmina também no surgimento de novos conceitos, como é o caso do novo conceito do The Edge Group instalado em Sete Rios, Lisboa, ou empreendimento da Ikea no Algarve, que fazem com que oferta de espaços dê sinais de inversão.

Com o tráfego em correção, “provavelmente fruto do sucesso do comércio de rua”, o retalho nacional assiste a uma maior afluência de portugueses às lojas de rua. No entanto, “o consumo em Portugal continua muito mais virado para os centros comerciais”, explica Marta Esteves Costa, diretora de Research e Consultoria da Cushman & Wakefiel, na apresentação do estudo “Marketbeat Outono 2015”, realizada no passado dia 16 de setembro. Quanto ao comércio de luxo, “em Espanha começa a haver uma retração mas em Portugal não se faz sentir”.

A consultora prevê para o final do ano uma evolução de 1,7% do PIB nacional, que se manterá nos anos seguintes, sendo que em 2017 o crescimento será de 2%. O principal motor de crescimento é o consumo privado, para o qual prevê um aumento de 2,2% este ano. Por sua vez, o consumo público apenas retomará em 2016, com um crescimento previsto de 0,2%.

Os principais incentivos ao crescimento são as baixas taxas de juro. O investimento estrangeiro no mercado de retalho nacional, que representa 90% do total, advém principalmente de fundos institucionais dos Estados Unidos da América. No primeiro semestre do ano, o peso dos capitais norte-americanos ascendeu aos 500 milhões de euros.

Entre os principais negócios realizados na primeira metade do ano estão os centros Almada Forum e Forum Montijo, comprados pela Blackstone (EUA), no valor estimado de 330 milhões de euros, e o portefólio de Hotéis Tivoli, adquirido pelos tailandeses Minor International por 118 milhões de euros. A consultora sublinha ainda os investimentos em pequenas ocupações por investidores privados franceses e brasileiros. Porém, os empresários estrangeiros “têm uma visão de permanência no País a curto prazo. Normalmente, o horizonte vai de três a cinco anos”.

A diretora denota ainda a crescente dinâmica do comércio no Porto, onde a Avenida dos Aliados começa a destacar-se como nova artéria de comércio. Já a Avenida da Liberdade em Lisboa cresce em espaços disponíveis nos próximos dois anos.

“No retalho, há espaço para pequenos estabelecimentos, de proximidade, mas não para os de grande dimensão”, comenta Eric Van Leuven, director-geral da consultora imobiliária.

Há uma “incompatibilidade entre a procura e oferta” de espaços para a indústria e o setor de logística, sendo que é difícil encontrar grandes espaços numa localização privilegiada. Por outro lado, a construção não se justifica devido ao “valor das rendas, que tende a subir nos próximo anos”, estima o responsável. “A indústria é muito exigente com a dimensão. Já a empresas de logística não são tão exigentes, contudo, não conseguem encontrar as localizações estratégicas que procuram”.

Contas feitas ao primeiro semestre do ano, as exportações cresceram (5,7%) a um ritmo mais elevado que as importações (4%), análise que considera apenas as trocas de bens e exclui os serviços. O saldo da balança comercial passa dos cinco mil milhões negativos, registados em 2014, para os 4,8 mil milhões negativos este ano.

Fusão com DTZ

A fusão das consultoras Cushman & Wakefield (C&W) e DTZ, que resultou na nova C&W, foi um “casamento muito conveniente que beneficiou as duas partes” em regiões estratégicas para os negócios.

Leia também: Consultoras Cushman & Wakefield e DTZ fundem-se

As consultoras imobiliárias que uniram esforços na mesma empresa ganharam um novo fôlego em zonas estratégicas do globo.

“A DTZ beneficia da presença da Cushman nos Estados Unidos e América do Sul. Por outro lado, o nosso negócio ganha posicionamento na Ásia”, explica Eric Van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield para Portugal desde 1991.

Durante a apresentação dos dados do mercado imobiliário no primeiro semestre, houve tempo para comentários à nova estrutura da consultora que “duplicou” em várias áreas, incluindo em número de colaboradores.

O que torna o responsável otimista quanto ao “crescimento nos próximos anos”. Contudo, a junção “não tem impacto em Portugal”, sublinha.

A nova empresa aproveita o nome Cushman & Wakefield (C&W), e representa uma faturação anual de cinco mil milhões de dólares, 43 mil colaboradores, mais de 3,6 mil milhões de metros quadrados sob gestão e 191 mil milhões de dólares em transações.

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