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Mercado nacional de imobiliário pode atingir os €1,2 mil milhões em 2015

Por a 20 de Julho de 2015 as 15:19

imovelO primeiro barómetro IPD/JLL revela que há uma maior predisposição ao investimento de risco no mercado imobiliário português em 2015, ano que se está a tornar “histórico” para o setor. Se em 2014 foram transacionados cerca de 900 milhões de euros, só no primeiro semestre de 2015 foram investidos 800 milhões de euros no imobiliário nacional.

Produzido pelo IPD, entidade de referência na avaliação da performance do investimento imobiliário, e pela consultora JLL, o barómetro IPD/JLL regista o sentimento e perspetivas de evolução do mercado imobiliário junto dos principais investidores imobiliários a operar em Portugal e terá uma regularidade semestral.

Nesta primeira edição, notou-se que mais de 70% dos investidores inquiridos espera que o volume transacionado em 2015 seja superior a 1,2 mil milhões de euros, depois do primeiro semestre do ano ter já registado um investimento na ordem dos 800 milhões de euros. Cerca de 50% dos ‘players’ considera investir ou em ativos por reestruturar ou em ativos com desocupação.

Prespectivas para o retalho

Quanto ao retalho, 83% dos inquiridos antecipam aumentos da afluência aos centros comerciais, outros 83% apontam para o aumento do volume de negócios dos retalhistas e 75% para o aumento do consumo. Também a maioria (58%) prevê uma pequena descida da taxa dedisponibilidade nestes espaços e 75% espera que as rendas aumentem devido a esta recuperação, quer nos centros comerciais quer nocomércio de rua. No mercado de imobiliário industrial, as perspetivas são mais moderadas, já que este segmento tem reagido mais tardiamente à recuperação da economia. Por agora, a tendência é para que as rendas se mantenham inalteradas, nos quatro euros por metro quadrado cada mês, nos imóveis da grande Lisboa.

Ainda que 28% dos investidores continue a preferir alocar o seu capital para ativos de renda garantida, cerca de 50% está agora disposto a assumir maior risco nas suas estratégias de investimento. Destes, 25% refere que pretende investir em ativos por reestruturar e 24% em ativos com alguma desocupação.De acordo com este inquérito, a dimensão reduzida do mercado português, a escassez de produto disponível e as boas perspetivas económicas estão na base desta maior abertura a produtos com perfis de risco mais elevado, embora os escritórios no Prime CBD de Lisboa e Parque das Nações e o comércio de rua se mantenham na lista de preferências dos investidores.

Investimento estrangeiro

As boas perspetivas para o mercado imobiliário surgem, quer na componente de ocupação quer de investimento. Quanto ao mercado de investimento, a maioria dos investidores inquiridos (70%) espera que o volume anual transacionado em 2015 supere os 1,2 mil milhões de euros e boa parte deles (20% do total) considera mesmo que vá superar os 1,6 mil milhões de euros.

Prevê-se que o peso do capital estrangeiro atinja os 85%, com os investidores a considerarem que os fundos oportunistas e os fundos ‘core’ serão os mais ativos no investimento, com pesos respetivamente de 31% e 26% nas respostas dos inquiridos. Os fundos ‘core’ continuam também ativos, atraídos pelas expectativas de recuperação e rentabilidades acima da média europeia, procurando em especial produto ‘prime’, bem localizado e com bons inquilinos.

O percurso de recuperação do mercado de investimento, que em 2014 totalizou cerca de 900 milhões de euros transacionados, tem levado a uma compressão das ‘yields’, uma tendência que os investidores prevêem que se mantenha, antecipando que no final de 2015 estas se fixem em 6,2% nos escritórios (Prime CBD), 6,4% nos centros comerciais e 7,5% em imóveis logísticos.

Taxa de disponibilidade nos 11%

Quanto aos mercados ocupacionais, os investidores estão confiantes de que a recuperação irá continuar nos setores de escritórios e retalho e consideram que 2015 marcará a mudança de rumo no imobiliário logístico. Nos escritórios, os bons níveis de procura, associados à escassez de produto de qualidade, configuram boas perspetivas para a evolução da renda ‘prime’, que os investidores consideram vá terminar o ano nos 19 euros cada metro quadrado por mês, comparando com os 18,25 euros registados em 2014. Também a taxa de disponibilidade deverá continuar a comprimir, encerrando o ano nos 11% de acordo com as expectativas dos investidores.

Pedro Lancastre, diretor-geral da JLL Portugal, comenta que “os mercados ocupacionais estão em franca recuperação, principalmente nos escritórios e no retalho, assim como a economia, o que tem levado a um forte crescimento do investimento. A percepção dos investidores é que se deverá continuar a crescer nos principais indicadores, o que somado à dimensão do mercado e à escassez que já começa a sentir-se nos produtos ‘prime’, tem levado a estratégias de investimento com maior perfil de risco. Isto num ano que, devido aos investimentos já feitos, está bem posicionado para superar níveis históricos”.

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