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Balanço de 2014, por Sérgio Leote (Michael Page Retail)

Por a 3 de Fevereiro de 2015 as 16:09

Sérgio Leote, Consultor Sénior Michael Page Retail

Por Sérgio Leote, Consultor Sénior Michael Page Retail

Estando o fim de 2014 e o começo de um novo ano à vista, creio que seria interessante fazer um balanço do que foram estes 12 meses para o sector do retalho. O ano que agora termina foi bastante positivo por si só, contudo creio que a sua importância é francamente exponenciada pelo facto de o termo de comparação, serem anos bastante complicados, em que o sector e as empresas estavam em registo de crise.

Não podemos obviamente tapar o sol com a peneira e achar que tudo está bem mas, para o sector do retalho, poderá dizer-se que este terá sido um bom ano, em que se voltou a falar de expansão e crescimento. Os planos de expansão saíram das gavetas e conheceram a luz do dia, materializando-se em várias aberturas de lojas.

Esta foi de resto uma tendência que se verificou tanto no retalho alimentar como no não alimentar. Também no sector do retalho de luxo se sentiu esta aposta, tendo sido várias as marcas que decidiram passar a estar presentes no nosso País. A crise foi profunda e apesar de ainda estarmos num período de ‘recobro’, as marcas deixadas fazem com que tudo hoje seja diferente, do consumidor aos próprios retalhistas.  Este foi um ano onde, além de várias aberturas, também se fizeram muitas apostas na renovação do parque de lojas no sentido de poder dar ao consumidor uma outra experiência de compra.

Foram feitas várias apostas por parte das diferentes insígnias no sentido de sustentar o conceito de omnicanalidade. Também ao nível dos sistemas de retenção de clientes se verificou uma atenção e esforço para passar do papel à acção. Ao nível das grandes cadeias, creio que deverá referir-se também o investimento que foi feito na optimização de processos e também em áreas produtivas de suporte, com vista a uma oferta mais sólida e sustentada, do qual poderemos por exemplo destacar a Jerónimo Martins com a criação de uma nova unidade industrial em Portalegre.

Creio que para se fazer um balanço do que foi o ano de 2014 para o retalho, terá necessariamente que se falar da restauração. Aqui são vários os casos de sucesso, liderados na sua maioria por gente bem preparada, com vontade de fazer diferente, e que acabam por ter uma perspectiva até disruptiva face ao que era o paradigma vigente. Para estes, o ano que agora termina acabou por ser uma prova de fogo. Para uns foi o consolidar de uma operação e de um projecto, para outros a continuação de um plano de expansão, aventurando-se nalguns casos a irem para fora de portas.

Se é um dado adquirido que o consumidor e respectivos hábitos de consumo mudaram drasticamente, bem como que o sector do retalho mudou e teve que se adaptar a esta nova realidade, não é menos verdade que hoje os recursos humanos que fazem sentido recrutar para este sector obedecem a pressupostos completamente distintos.

Aquilo que são hoje as exigências e os desafios a que este sector se presta têm necessariamente de ser acompanhados por profissionais que estejam à altura destes desafios. Hoje mais do que nunca, palavras como flexibilidade, polivalência e multidisciplinaridade são quase os pontos de partida para qualquer processo de recrutamento para o sector do retalho e o próprio sector do retalho está disponível para receber candidatos que possam trazer novas perspectivas e formas de ver o negócio.

As estruturas que já existiam tiveram que se tornar mais ágeis e reduziram as suas equipas, obrigando a que houvesse um alargamento do âmbito funcional dos que já se encontravam na estrutura. Os novos players que apareceram tiveram que arrancar com equipas leves, multidisciplinares, polivalentes, com bastante potencial de evolução, para conseguirem vingar e suportar planos de expansão agressivos. Face a todos estes desafios e mudanças, as empresas de recrutamento especializado poderão apresentar-se como uma mais-valia e como verdadeiros parceiros na hora de identificar estes novos perfis e validar as competências necessárias para fazer face aos novos desafios.

Em suma, este foi um bom ano para o sector. Claro que foi um caminho feito de avanços e recuos e houve coisas que correram muito bem e outras nem por isso, mas o balanço final leva-me a crer que sim, que foi um bom ano para o sector. Agora que se virou a página do ano de 2014, ficam bons indícios para 2015 e esperemos obviamente que estes se verifiquem e que possam ser mais do que indícios.

 

 

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