Comércio: classe de activos mais procurada pelos investidores
O volume de investimento imobiliário em Portugal durante o primeiro semestre de 2013 alcançou 155 milhões de euros, ultrapassando os 125 milhões de euros registados durante todo o ano 2012, revela o relatório de Global Capital Flows do segundo trimestre de 2013, emitido pela Jones Lang LaSalle.
“Este incremento é, no entanto, bastante influenciado pela compra de 50% do CascaiShopping pelo Sierra Fund e, se excluirmos esta operação, verifica-se uma redução de cerca de 35%” face aos primeiros seis meses de 2012.
“Temos assistido desde o início do ano a um manifesto interesse por parte dos investidores em comprar activos imobiliários em território nacional, motivados sobretudo pela redução dos preços, pelo que prevemos um aumento da actividade de investimento durante o segundo semestre, sobretudo no sector de escritórios. Nesta primeira metade do ano, porém, o comércio foi a classe de activos mais procurada pelos investidores, com 83% do volume de investimento registado”, sublinha Walter Fábrega, director de Capital Markets da Jones Lang LaSalle.
No que toca à origem do investimento no mercado português, Walter Fábrega explica que, apesar das compras terem sido maioritariamente efectuadas por investidores nacionais, “denota-se o interesse por parte de investidores estrangeiros, quer institucionais e fundos de investimento, quer privados e family offices e, como novidade, as seguradoras voltam a olhar para Portugal”.
Na Europa
Na Europa, o investimento imobiliário alcançou os €58 mil milhões na primeira metade de 2013, um crescimento de 12% face ao mesmo período de 2012.
“Este crescimento reflecte o interesse sustentado pelo imobiliário terciário nos maiores mercados europeus, mas também a melhoria significativa observada na Europa do Sul, onde a actividade cresceu 34% face ao primeiro semestre do 2012. Na base desta performance esteve a duplicação do investimento estrangeiro, com aquisições pela Allianz e pela AXA em Itália, investimentos oriundos do Qatar em hotelaria em Itália e Espanha e, de forma mais notável, a aquisição do portefólio de escritórios Generalitat pela AXA em Espanha, assinalando a primeira compra por estrangeiros desde a crise da dívida soberana neste país”.