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Retalho em Maputo, oportunidade ou desafio?

Por a 29 de Abril de 2013 as 18:11

A recente evolução da economia de Moçambique e o potencial de crescimento, aliados ao investimento estrangeiro recebido, têm contribuído para a melhoria do nível de vida da população moçambicana e para o surgimento de uma classe média com um crescente poder de compra.

Estes efeitos são essencialmente sentidos na capital do país, Maputo, o principal destino de negócios em Moçambique. Esta evolução conduziu ao aumento do interesse por parte de promotores, investidores e ocupantes no mercado imobiliário de Maputo, facto que é cada vez mais visível na dinâmica da cidade.

Um estudo Cushman & Wakefield analisa o mercado de retalho em Maputo, que ainda se caracteriza por uma oferta de qualidade reduzida, desorganizada e pouco eficaz, não estando em linha com os requisitos de ocupação da grande maioria dos retalhistas que hoje operam nos principais mercados internacionais.

Principais conclusões:

· Ainda que Moçambique seja um dos países mais pobres do mundo, o país apresenta um potencial de crescimento promissor. A economia moçambicana cresceu em média na última década 7,5%, e o PIB do país registou em 2011 o 28º maior crescimento do mundo, num total de 218 países. No mesmo ano, Portugal situou-se no lugar 205 deste ranking.

· Maputo tem uma população de cerca de 1,2 milhões de residentes, na qual marcam cada vez mais presença os expatriados que todos os meses chegam à capital para trabalhar nos cerca de 300 projectos de investimento estrangeiro que existem no país, ligados na sua maioria ao sector energético. O investimento estrangeiro em Moçambique criou só em 2011 cerca de 30 mil postos de trabalho e canalizou um volume de investimento no país que excede os 1,9 biliões de USD.

· O crescimento da classe média na cidade, composta não só por estrangeiros, mas também por locais que de forma gradual têm vindo a melhorar o nível de vida, desperta o interesse do mercado de retalho, havendo já alguns exemplos de operadores internacionais na cidade. Ainda assim a oferta de espaços comerciais na cidade é no geral reduzida e de baixa qualidade.

· Maputo conta com dois centros comerciais de pequena dimensão que em conjunto não chegam aos 20,000 m2, e com um conjunto de grandes superfícies, na sua maioria no ramo alimentar. Esta carência de oferta despertou o interesse de promotores e investidores imobiliários, e hoje existe um conjunto considerável de novos projectos de retalho pensados para a cidade.

· Os retalhistas nacionais são os que predominam na oferta comercial da cidade, sendo os internacionais representados maioritariamente por operadores sul-africanos que operam principalmente no mercado alimentar, nomeadamente Pick´n Pay, Shoprite ou Spar.

· Em síntese, o mercado de retalho Moçambicano encontra-se ainda num estágio prematuro de desenvolvimento, tanto do lado da oferta de espaços comerciais, como da procura, com um número reduzido de operadores profissionalizados. Este aspecto, em conjunto com o bom desempenho que a economia do pais tem demonstrado, bem como o seu potencial de crescimento promissor; permite antever excelentes oportunidades neste mercado, tanto para promotores e investidores imobiliários, como para operadores de retalho.

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