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Que desafios 2013 coloca ao mercado do Retalho?, por Ana Bordalo (Page Personnel)

Por a 21 de Fevereiro de 2013 as 12:20

Ana Garcia Bordalo, Consultora Sénior Page Personnel

Por Ana Garcia Bordalo, Consultora Sénior Page Personnel Portugal

No ano em que será expectável um maior decréscimo do poder de compra dos portugueses, será importante analisar que desafios é que este decréscimo coloca ao sector de Retalho e Grande Distribuição e aos seus profissionais.

Por um lado, a época de natal reflectiu um decréscimo significativo da previsão que as famílias fizeram sobre o budget a gastar nas compras para uma redução de cerca de metade do valor face ao ano anterior. Este ano, e sendo que a perspectiva generalizada é a de que iremos continuar em recessão, os consumidores estarão, por isso, muito mais sensíveis ao factor preço.

De facto, se, por um lado, assistimos ao encerramento de algumas lojas de retalho especializado, sobretudo num segmento de compras de valor médio, por outro, o Retalho de Luxo e o segmento de Hard Discount continuam a registar resultados interessantes.

No chamado sector de luxo há mesmo a registar a entrada de algumas insígnias no nosso País, tanto através de estruturas de retalho directas, como por abordagem ao canal “wholesale”.

Face a este cenário, o Retalho, sobretudo a Grande Distribuição, deverá repensar de forma muito inteligente o seu sortido. Pois se, por um lado, se adivinha uma crescente procura de produtos de marca própria e primeiro preço, por outro lado, terão que se fazer as devidas ponderações com vista ao equilíbrio com as marcas de fornecedor e consequentemente à margem libertada. Será por isso importante reforçar as relações com os fornecedores, tenham eles um impacto directo no core-business da empresa ou não, por forma a que se consigam criar verdadeiras relações de parceria.

Mercado mais equilibrado

Os profissionais que estão directamente ligados a estas áreas (Gestores de Categoria, Directores ou Responsáveis de Unidade de Negócio, Directores de Loja, entre outros) deverão cada vez mais estudar bem o tipo de parceria que deverão fazer com os seus fornecedores, na tentativa de apoiar o seu negócio e tornar este um mercado mais equilibrado. Actualmente, não é permitido a pequenas e médias empresas realizar os investimentos que fizeram no passado. Este pode realmente ser um ponto de viragem, pode e deve ser um momento em que se começam a avaliar situações de parceria win-win, que acabem por ser vantajosas para ambas as partes. Hoje, mais do que nunca se percebe a importância das acções de ponto de venda, que poderão ir de uma simples acção de trademarketing até acções mais customizadas de categoria. E é, precisamente, neste último tipo de estratégias, que a Grande Distribuição deverá e poderá materializar parcerias com os seus fornecedores, no sentido de aumentar e incrementar a sua assertividade perante o consumidor final.

É certo que, hoje mais do que nunca, o retalho deverá conseguir reinventar-se e ir de encontro às necessidades do consumidor, mas será completamente errado se esta estratégia for centrada unicamente no factor preço. É indiscutível que este é obviamente um ponto a considerar, pois o consumidor estará particularmente atento a esta questão, mas podem e devem considerar-se outro tipo de soluções. Este tipo de soluções poderão passar por um aumento das valências disponíveis, por forma a diluir o risco, como é o caso das Gasolineiras e Parafarmácias ou outros serviços complementares. A presença no meio digital e a possibilidade de comprar com recurso a plataformas de e-commerce deverá igualmente ser considerada, bem como a dinamização de ferramentas de CRM.

Será garantidamente um ano separação do trigo e do joio e a criatividade poderá ser a derradeira arma contra a crise!

 

Ana Garcia Bordalo, Consultora Sénior Page Personnel Portugal

 

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