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Evolua com o Mercado, por Ana Garcia Bordalo (Page Personnel)

Por a 5 de Dezembro de 2012 as 11:00

Ana Garcia Bordalo, Consultora Sénior Page Personnel

Por Ana Garcia Bordalo, Consultora Sénior Page Personnel

 

O estado actual do mercado português faz com que exista a necessidade e mesmo a obrigação por parte das empresas em reinventar e desenvolver estratégias criativas para encontrar novas oportunidades de crescimento. A crise instalou-se embora nem sempre com a mesma intensidade nos diferentes sectores do nosso País e o impacto acabou por ser bastante mais severo naqueles que sofreram uma maior especulação e um crescimento exponencial daqueles que não o tiveram.

É reconhecido em todos os meios que o consumo nacional sofreu uma quebra considerável, de tal maneira que as empresas sustentadas pelo mercado local tiveram de renovar e reciclar muitas políticas de Marketing, Vendas e Recrutamento. Para isso, muitas delas acabaram por realizar um estudo e análise de outros mercados por forma a aumentar a percentagem de êxito na entrada dos seus produtos tendo em conta as necessidades do seu público alvo em comparação também com a sua concorrência.

Olhando especificamente para o Recrutamento, hoje em dia, muitas empresas integram novos profissionais precisamente para a abertura de novos mercados ou introdução de novos produtos (nacionais ou internacionais) e, mudando a estratégia da empresa, é importante também mudar a estratégia da maioria dos seus departamentos.

Os departamentos de recursos humanos, no momento de recrutar novos candidatos, precisam de adaptar o descritivo funcional à nova posição, reinventar conceitos predeterminados pelo histórico da empresa e procurar perfis de acordo com as tendências dos novos tempos. Provavelmente, os descritivos funcionais do passado deviam ser extintos, dando oportunidade a candidatos com formação e experiência em áreas totalmente distintas às da empresa, para que possam desenvolver estratégias mais criativas e que promovam um novo desenvolvimento do negócio.

Centrando-nos no sector de Retalho e Grande Distribuição, nomeadamente no recrutamento de posições para as áreas Comerciais e de Marketing, dado o contexto actual do mercado, há que ultrapassar fronteiras, reinventar perfis e promover sinergias para que em última análise exista uma maior flexibilidade e adaptação das empresas a novos mercados quer nacionais quer internacionais.

No que diz respeito à experiência do candidato, historicamente, para qualquer uma das posições nomeadas, o Retalho sempre foi considerado um sector mais tradicional, sobretudo no Retalho de Luxo, onde para fazer parte do mesmo os candidatos têm de ser oriundos deste segmento.

No contexto actual, este ciclo tem-se tornado ainda mais fechado por dois motivos: Por um lado, as empresas querem evitar um longo processo de formação para que a posição seja rentável o mais rápido possível. Por outro, apesar de a taxa de desemprego de longa duração ser inferior no Retalho quando comparada com outros sectores, há sempre candidatos com a dita experiência à procura de voltar a este mercado. É por isso que mesmo sendo um sector bastante atractivo para muita gente, está ao alcance de muito poucos.

Falemos sobre dois temas fundamentais na altura de construir um descritivo funcional – a formação e os idiomas – comparando funções Comerciais e de Marketing no mercado de Retalho.

No que diz respeito à formação superior, dependendo da área ser Marketing ou Comercial, parecem existir dois critérios distintos. Para funções ligadas à área Comercial no passado sempre se privilegiou a antiguidade na função, independentemente de o candidato poder ter o ensino secundário completo ou formação superior. Hoje em dia é inevitável ouvirmos falar sobre a preferência em formações ligadas sobretudo à gestão ou outras variantes como Finanças e Economia. Há no entanto empresas que já romperam inclusivamente com este paradigma e, embora privilegiem sempre a formação superior, procuram candidatos com um perfil ainda mais dinâmico e oriundos de diversas áreas como o Direito, Engenharia e ainda Ciências Sociais, promovendo uma maior diversidade de conhecimentos na estrutura da empresa.

Para as áreas de Marketing, a formação exigida sempre esteve ligada ao Marketing propriamente dito e à Comunicação, tendo sido historicamente uma função com uma definição de perfil muito pouco flexível. Actualmente, e sobretudo para funções de Gestão de Produto e pelo facto do Marketing se estar a tornar um perfil mais híbrido com a inclusão de algumas funções Comerciais, já é assumido que o candidato possa ter um background em Economia, Gestão ou Finanças.

Em termos de idiomas, para as posições de Marketing neste sector, sempre foi preferencial o domínio do Inglês uma vez que se trata de um mercado dominado por multinacionais, em que as directrizes de imagem e publicidade na sua maioria acabam por ser definidas a nível internacional. Por estes motivos actualmente o Inglês passou de uma característica preferencial por si só, para se considerar o domínio de mais idiomas em simultâneo como o Espanhol, tendo em conta as iberizações das estruturas de Marketing que temos vindo a assistir.

Para as posições Comerciais, antigamente seria estranho vermos algum candidato deixar de ser seleccionado por não falar Inglês ou outro idioma, uma vez que o factor mais importante seria efectivamente os anos de experiência e o desenvolvimento de uma carteira de clientes. Hoje em dia, o facto das empresas tendencialmente começarem a expandir o seu negócio para outros mercados, ou a realidade do mercado de luxo onde assistimos maioritariamente à compra de produtos por consumidores estrangeiros, faz com que esta tendência tenha começado a mudar. Na Grande Distribuição as negociações de produto são feitas cada vez mais de forma global e muitas vezes negociadas com centrais de compras internacionais, é por isso necessário um bom domínio de outros idiomas como o inglês e espanhol para além do profundo conhecimento técnico do produto.

Em conclusão, vamos assistindo ao desenvolvimento de um mercado não só mais competitivo mas também mais global e que oferece novas oportunidades aos candidatos mais preparados e adaptados às novas tendências no recrutamento. Cabe também às empresas, num novo processo de recrutamento, fazer um esforço na preparação de um descritivo funcional que consiga captar candidatos que acompanhem estas novas tendências e sobretudo construam um processo de recrutamento mais flexível não olhando a estereótipos e abraçando a diversidade de perfis que acompanham também a diversidade do nosso mercado actual. Precisamos de ser rápidos e flexíveis para evoluir com o mercado e não ficar para trás.

 

 

 

 

 

 

 

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