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Comércio e indústria no TOP3 dos sectores com mais capacidade para o trabalho

Por a 6 de Junho de 2012 as 15:01

“Os portugueses têm, em média, boa capacidade para o trabalho”, conclui o maior estudo feito em Portugal sobre a capacidade dos portugueses para o trabalho, levado a cabo pela Universidade de Aveiro.

O comércio e a indústria estão entre os três sectores com mais capacidade para o trabalho.

Liderada pelo psicólogo Carlos Fernandes, a investigação que envolveu 4.162 trabalhadores esteve no terreno entre 2008 e 2011 e utilizou dois instrumentos internacionalmente reconhecidos e recomendados pela Organização Mundial de Saúde: o Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT), que atesta a percepção que os trabalhadores têm da própria capacidade para desempenharem as funções laborais, e o Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ), que permite aos trabalhadores apontarem as condições psicossociais que os rodeiam.

“Estes instrumentos permitem que, na posse dos dados, os técnicos forneçam as directrizes necessárias aos empresários, dirigentes e até responsáveis políticos de modo a que estes ajustem as condições de trabalho dos trabalhadores no sentido de diminuírem o absentismo, aumentarem a produtividade e evitarem reformas antecipadas», explica o docente da UA.

Os questionários foram aplicados a trabalhadores distribuídos por seis sectores de actividade: saúde, educação, comércio e serviços, indústria, administração pública e forças policiais.

A investigação conclui que o ICT dos portugueses é de 40,42 (numa escala de 7 a 49), o que corresponde a uma boa capacidade para o trabalho.

Indústria e comércio no TOP 3

Na análise por categorias, o estudo conclui que as forças policiais têm 41,29 pontos em 49 possíveis. É o sector com maior capacidade para o trabalho em Portugal. Segue-se a indústria com 41,07 pontos e o comércio e serviços com 40,91. A administração pública atingiu 40,67 pontos e a saúde 39,45. O ensino, como 38,91 pontos em 49, é o sector em estudo onde os trabalhadores têm menor capacidade para o trabalho.

Entre homens e mulheres, os resultados demonstram que o género masculino possui em média maior capacidade para o trabalho, cerca de 41 pontos em 49 possíveis. O género feminino obteve 39,76 pontos, valor que também se situa no sector da boa capacidade para o trabalho.

No que toca à idade, os investigadores concluíram que, à semelhança dos resultados atingidos em estudos internacionais, a capacidade para o trabalho vai descendo com o avançar da idade. “Perante as análises vemos que a capacidade máxima para o trabalho acontece entre 25 e 29 anos. Aos 45 há uma viragem descendente importante até atingir um mínimo aos 65 anos”.

Homens mais influentes

Os investigadores concluíram ainda que os homens, em relação às mulheres, têm no local de trabalho mais influência, reconhecimento, mais apoio dos superiores, mais sentido de grupo e comunidade, sentem mais justiça e respeito, têm uma percepção de si como mais auto-eficaz e sentem mais satisfação.

Por outro lado, as mulheres referem terem mais ritmo de trabalho, mais exigências emocionais, maior insegurança em relação a ficarem desempregadas, stress e mais sintomas depressivos.

Quando comparados os trabalhadores entre os seis sectores de actividade, a pesquisa conclui que os trabalhadores do comércio e serviços são aqueles que mais temem ficar desempregados.

A equipa do psicólogo Carlos Fernandes contou com uma equipa de investigadores da Universidades de Aveiro (Anabela Pereira), Coimbra (Vitor Rodrigues), Minho (Jorge Silvério) e Técnica de Lisboa (Teresa Cotrim), assim como três bolseiros de investigação (Vânia Amaral, Alexandra Pereira e Catarina Cardoso) e um assistente de investigação (Pedro Bem-Haja).

 

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