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Portugal deverá cair 1,9% no crescimento económico

Por a 24 de Janeiro de 2012 as 10:50

De acordo com as previsões da COSEC/Euler Hermes, a deterioração registada no segundo semestre de 2011 irá continuar em 2012. A análise agora divulgada aponta para que não seja expectável que o crescimento mundial exceda os 2,7% depois dos 3% em 2011, prevendo a COSEC/Euler Hermes ainda um crescimento quase nulo na primeira metade do ano, que pode recuperar na segunda metade com a implementação das anunciadas medidas. O crescimento da zona euro previsto para 2012 é de 0,3%, enquanto o crescimento nos países emergentes é expectável que abrande, por exemplo com uma diminuição no caso da China para os 8,1% (dos 9,2% em 2011) e um crescimento de 3% para o Brasil (como em 2011).

Na zona euro, a análise refere que “a crise da dívida soberana e o défice público tiveram um impacto severo na economia real da Europa, no ano de 2011”, adiantando que “a falta de visibilidade e financiamento limitado das empresas e o consumo das famílias vão minar as expectativas de crescimento para os países da zona euro a diversos níveis: desde a situação da Alemanha que se irá manter à ‘tona da água’ com um crescimento de 0,8% em 2012 (abaixo dos 3% em 2011), até a uma irrefutável recessão na Grécia (registará uma quebra de 2,7% em 2012, depois do declínio de 5,5% em 2011), em Portugal (é expectável uma quebra de 1,9% em 2012, depois de ter contraído 1,4% em 2011) e em Itália, onde a economia vai contrair em 0,2% em 2012, depois de ter crescido 0,5% em 2011. Em França, o crescimento do PIB irá abrandar para 0,4% dos 1,6% obtidos em 2011”.

A inflação e o desemprego serão também factores importantes para o equilíbrio da zona euro em 2012. A inflação deverá abrandar de 2,7% em 2011 para os 2,2% em 2012, contida pela fraca procura e estabilização dos preços das matérias-primas. O desemprego, no entanto, permanecerá alto, particularmente nos países da Europa do sul.

Para 2013, é esperado que o crescimento económico recupere para os 1,2%, tendo em conta as medidas tomadas para a redução do défice e a circunscrição do risco sistémico dentro da zona euro.

Já na maior economia mundial, os recentes indicadores económicos dão algum espaço para um optimismo cauteloso, embora o calendário político de 2012 venha a ter algum impacto na actividade durante o período entre a espera pré-eleitoral e o subsequente reajustamento da economia política.

O crescimento do PIB dos EUA está previsto ser de 1,8% em 2012 (e 1,9% em 2013) sob o impacto de uma desaceleração no consumo das famílias. No entanto, a COSEC/Euler Hermes admite que “a valorização do dólar, que recuperou o seu estatuto de ‘porto seguro’ dada a situação actual na Europa, pode consistir num travão às exportações”.

No caso dos BRIC, embora o Brasil tenha sofrido uma desaceleração abrupta no terceiro trimestre de 2011, “as suas bases estão sólidas e o país mantém uma boa posição para acompanhar as tendências que marcam o ambiente económico global”, refere a análise. Em 2012, o crescimento económico do Brasil deve manter-se estável nos 3% (como em 2011) e, em 2013 ultrapassar os 3,5%, graças a um mercado de trabalho estável. O principal risco para este país exportador de matérias-primas continua a ser a possibilidade da estagnação ou mesmo depreciação do preço das matérias-primas.

Apesar da desaceleração na zona euro e o seu impacto na procura por bens russos, espera-se que o crescimento económico da Rússia desça apenas ligeiramente em 2012 (para 3,7%), devido, em parte, às medidas do estímulo fiscal esperadas para acompanhar as eleições de Março, antes de voltar a subir para os 4% em 2013. “Esta previsão não deixa de estar, no entanto, dependente da evolução dos preços das matérias-primas e do desempenho do sector agrícola, devendo ambos cair de forma moderada”, adverte a COSEC/Euler Hermes.

A economia interna é o principal motor de crescimento na Índia, onde se prevê um crescimento de 7,5% em 2012 e de 8% em 2013. No entanto, as dificuldades encontradas na implementação das políticas governamentais e a falta de reformas estruturais limitam as perspectivas de crescimento. A restritiva política monetária, em vigor desde 2010, tem tido um impacto adverso na produção e no consumo das famílias. Espera-se que a política monetária alivie, o que deve impulsionar o crescimento a partir de 2012.

Por fim, a economia da China abrandou em 2011 devido ao impacto da contracção monetária e da desaceleração global. O crescimento do PIB, que alcançou 9,2% em 2011, estima-se que seja de 8,1% em 2012. “As importações vão desacelerar, mas não tão rapidamente quanto as exportações, uma vez que a procura interna permanece em alta”, destaca a análise, prevendo que “a queda da inflação deverá, contudo, permitir ao governo chinês concentrar-se mais firmemente no crescimento, dando espaço à flexibilização das políticas monetárias. O crescimento do PIB deverá ultrapassar 8,5% em 2013”.

 

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