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Carrefour a caminho de perder o 2.º lugar no ranking mundial de retalho

Por a 19 de Janeiro de 2012 as 14:23

O segundo maior retalhista mundial registou uma evolução de 0,5% nas vendas no exercício de 2011 face ao ano anterior, totalizando 91,5 mil milhões de euros (incluindo a operação de combustíveis).

Este resultado foi fortemente influenciado pela performance dos mercados emergentes, nomeadamente, América Latina e Ásia, onde o Carrefour obteve crescimentos de 5,1 e 10,1%, respectivamente, enquanto nos mercados considerados desenvolvidos/maduros, as prestações ficaram-se por uma ligeira subida e descida, com o mercado doméstico a subir 0,9% e a Europa (excluindo França) a cair 2,9%.

Segundo Lars Olofsson, CEO da companhia, “o Carrefour apresentou um ligeiro crescimento no ano 2011, suportado pelos mercados emergentes, apesar da desaceleração económica que mais impactou os gastos discricionários no quarto trimestre. Numa conjuntura desafiadora, o Carrefour está a concentrar seus esforços na execução do seu plano de acção na França e Sul da Europa, com o objectivo de apresentar consistentemente os preços mais baixos e promoções mais direccionados. Ao mesmo tempo, enquanto procuramos focar-nos na eficiência de ganhos e custos, o Carrefour vai continuar a desenvolver a sua estratégia multi-canal, ampliando a sua oferta de produtos com marca Carrefour e apostar na expansão para mercados emergentes”.

Dos 91,5 mil milhões de euros de receitas, o mercado doméstico continua a representar a maior fatia, com 39,490 mil milhões de euros, seguido da Europa com 26,761 mil milhões de euros, da América Latina com pouco mais de 17 mil milhões de euros e, finalmente, da Ásia com 8,169 mil milhões de euros.

Ao longo do ano 2011, o Carrefour inaugurou 669 novas lojas, correspondendo a 636 mil metros quadrados de área de venda, tendo finalizado o exercício a 31 de Dezembro de 2011 com 9.771 pontos de venda.

Comentando estes resultados do segundo maior retalhista mundial, Natalie Berg, Global Research Director do Planet Retail, refere que o “modelo de negócios do Carrefour é inerentemente defeituoso, dada a sua dependência excessiva de um formato datado e mercados de crescimento lento”.

Segundo a responsável da consultora que estudo e analisa o mercado mundial do retalho, “a empresa não pode continuar no seu estado actual, sendo necessária uma abordagem mais drástica para revitalizar o negócio”. Embora Planeta Carrefour seja um passo na direcção certa, Berg considera que este se tem revelado “demasiado caro como meio para ‘salvar’ o Carrefour”. Até agora, o retalhista tem feito muito pouco para lidar com o facto inegável de que os compras não-alimentares passaram para o online. Em vez de direccionar capital para remodelações, os investimentos seriam mais bem vindos no desenvolvimento de uma estratégia multicanal como, por exemplo, o click & collect, em quiosques e lojas de comércio electrónico. Sem isso, o conceito de hipermercado não tem muito futuro.”, salienta a responsável do Planet Retail

Com base nos resultados divulgados pelo Carrefour, o Planet Retail realizou uma previsão, apontando para mais que provável possibilidade do retalhista francês vir a ser desalojado do segundo lugar do ranking mundial do retalho pela operação internacional da Wal-Mart que deverá facturar, em 2011, 130 mil milhões de dólares (cerca de 101 mil milhões de euros) contra os actuais 91,5 mil milhões do Carrefour. (ver quadro)

 

 

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