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Comércio de rua traz público para o centro de Lisboa e Porto

Por a 20 de Julho de 2011 as 16:33

O comércio de rua registou nos últimos anos um crescimento significativo em Portugal, em especial em Lisboa, em contraciclo com os restantes sectores do mercado imobiliário.


Retalhistas nacionais e internacionais viram neste formato de comércio um bom caminho para a expansão da rede de lojas. A meta é diversificar a actividade e tirar partido da afluência crescente de público, sobretudo, no Chiado, Avenida da Liberdade, Rua Castilho e Parque das Nações, nos últimos anos.

As conclusões são da segunda edição do relatório da Cushman & Wakefield “Business Briefing sobre o comércio de rua em Portugal”, que passa a pente fino as zonas prime de Lisboa e Porto.

“A presença de retalhistas internacionais e múltiplos aumentou consideravelmente em ambas as cidades e são vários os exemplos de novos clusters de retalho que têm contribuído para afluência de público às ruas dos centros de Lisboa e Porto. Há uma evolução clara na qualidade da oferta no centro das duas maiores cidades do País entre 2008 e 2011, devido sobretudo ao empenho e investimento de comerciantes portugueses com cadeias de lojas, que apelidamos de retalhistas múltiplos”, explica Marta Esteves Costas, responsável pelo estudo.

Os operadores foram classificados de acordo com uma de três categorias: independentes (lojistas de origem nacional e que têm apenas uma loja, ou um pequeno conjunto de lojas); múltiplos (marcas integradas numa cadeia de lojas de origem nacional) e internacionais (marcas integradas em cadeias de lojas de origem internacional).

 

LISBOA

A principal oferta de lojas de rua em Lisboa estende-se desde a Avenida da Liberdade até à zona da Baixa-Chiado, totalizando 150.000 m2 (em 2008 (primeira edição do estudo foram auditados 160.000 m2).

A redução deve-se ao “encerramento de algumas unidades para reabilitação e/ou a afectação a outros usos que não de retalho. No total, foram auditadas 885 unidades comerciais”, sublinha Marta Costa.

A Avenida da Liberdade, Rua Augusta, Rua dos Fanqueiros, Rua do Ouro, Rua Garrett e Rua da Prata, continuam concentrar o maior número de lojas. Em conjunto, reúnem 68% da oferta ou seja, mais de 100.000 m2.

A moda – vestuário e calçado – é o sector de actividade dominante, à semelhança do que se verifica nos centros comerciais e nas principais cidades europeias. Este sector representa 44% da oferta que ainda assim caiu cerca de 15% face a 2008.

Os artigos para o lar ocupam também lugar de destaque no comércio de rua lisboeta, somando cerca de 18.000 m2, cerca de 12% da oferta total. Em 2011, a restauração ocupa o terceiro lugar da lista. O total de lojas desocupadas situa-se próximo dos 17.500 m2, representando uma taxa de desocupação de 12%, um aumento de 3 p.p. (pontos percentuais) face à taxa de cerca de 9% verificada em 2008.

“Para a elevada taxa de desocupação continua a contribuir o facto de a Baixa Lisboeta ter diversas lojas cuja localização, área e configuração se apresenta desadequada à procura existente, pelo que nestes casos a colocação de espaços é sempre mais difícil. É nesta zona que se encontra a maioria da área vaga, mais de 10.000 m2”.

 

PORTO

A revisão do levantamento do comércio de rua no Porto foi efectuada nas principais zonas da cidade, entre as quais a Baixa do Porto, parte da Avenida da Boavista, a Praça Mouzinho de Albuquerque, a Rua Júlio Dinis e a Rua da Cedofeita. Foram auditadas 760 unidades comerciais, com uma área total de 171.000 m2.

As ruas com maior oferta comercial, Rua de Santa Catarina e Rua de Sá da Bandeira, totalizam em conjunto cerca de 87.000 m2, correspondente a perto de 51% da oferta total auditada.

Também no Porto o sector de actividade dominante é o da moda, agregando mais de 70.000 m2, o que representa acima de 41% da oferta auditada; mas inferior aos 45% existentes em 2008. Os artigos parao lar aumentaram o peso de 10% em 2008 para mais de 14% actualmente, num total superior a 24.500 m2.

A restauração é o terceiro sector predominante, ocupando cerca de 17.000 m2, o que se traduz em perto de 10% do total. À semelhança do que sucede em Lisboa, os fluxos de turistas e de trabalhadores na baixa portuense explicam a forte presença do sector de restauração tradicional.

Relativamente às lojas desocupadas, estas totalizam cerca de 20.000 m2, traduzindo-se numa taxa de desocupação na ordem dos 12%, 2 p.p. acima do valor verificado em 2008 e equivalente à taxa de desocupação de Lisboa.

O peso dos lojistas independentes caiu cerca de 16 p.p. face a 2008 para os 54%, correspondentes a mais de 82.000 m2. Os retalhistas múltiplos foram aqueles que em compensação mais aumentaram, cerca de 12 p.p. Para 25%, situando-se actualmente nos 38.000 m2. Finalmente, os retalhistas internacionais cresceram 4 p.p. Para 31.000 m2.

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