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Opinião CiB: “Zona livre de OGM” nos Açores não tem base científica, técnica e económica

Por a 7 de Junho de 2011 as 12:14

Os Açores querem solicitar à União Europeia a criação de uma zona livre de Organismos Geneticamente Modificados (OGM), após a intenção de alguns agricultores de semearem milho melhorado por engenharia genética, resistente à broca.

Esta proposta não tem qualquer suporte científico ou técnico.

O milho resistente à broca, também conhecido como milho Bt, permite aos agricultores produzirem grão de melhor qualidade, com redução de perdas para a pragas e com redução do uso de pesticidas (e correspondente redução de consumo de energia), permitindo ganhos de produtividade e de margens brutas que podem atingir os 25%, reduzindo os riscos para a sua saúde e para o ambiente.

Não existindo milho endémico nos Açores – o milho é originário da América central – nem variedades relativas selvagens, não é credível qualquer potencial risco para a biodiversidade. Bem pelo contrário, a redução do uso de pesticidas só virá minorar o impacto negativo do seu uso nos insectos não-alvo.

Por outro lado, a redução da incidência das brocas permite um aumento da qualidade do produto final, reduzindo-se assim a incidência de fungos no milho, os quais produzem micotoxinas cujos efeitos tóxicos graves são por demais conhecidos.

O milho Bt foi aprovado para ser produzido na Europa em 2004 e a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) tem dado a garantia de que este não constitui qualquer risco quer para a saúde humana e animal, quer para o meio ambiente. Esta garantia tem vindo a ser reiterada ao longo dos anos.

Limitar o acesso dos agricultores portugueses a estas variedades é limitar a possibilidade de produzir maximizando as potencialidades da cultura, e condicionando a sua competitividade, face a milhões de outros agricultores que em todo o mundo produzem com o recurso a estas variedades.

 

Por CiB – Centro de Informação de Biotecnologia – Portugal

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