Distribuição

A próxima década do retalho: conveniência e online

Por a 28 de Março de 2011 as 17:00

Como será a próxima década no retalho português? Naturalmente que ninguém poderá prever o futuro, mas essa foi a questão deixada um pouco em aberto pela Nielsen na sua conferência de hoje, realizada durante a Alimentaria&Horexpo.

A consultora revelou que os supermercados são o conceito dominadores no que toca às vendas no retalho nacional, referinfo Ana Paula Barbosa, retailer services director, que “as vendas na distribuição moderna nacional não acompanharam o ritmo de abertura de lojas”, sendo por isso necessário que os retalhistas rentabilizem ao máximo os seus espaços.

Apresentando os perecíveis como os grandes drivers de crescimento para o futuro, a responsável da Nielsen colocou o enfoque na não só nos produtos frecos, mas também na conveniência como os “atributos diferenciadores de uma loja”.

Além disso, o canal online poderá dar uma resposta a muitas das questões relacionadas com a conveniência, salientando Ana Paula Barbosa que, actualmente, só 5,5% dos consumidores efectuam compras online. “Este canal possui um potencial enorme de crescimento” e deu como exemplo o cenário britânico onde 22% dos consumidores já efectuam as suas compras virtualmente.

Quanto aos hipermercados, Ana Paula Barbosa destacou que o formato poderá diferenciar-se pela experimentação.

Já Vítor Amaral, client service director da Nielsen, destacou algo que ninguém dúvida, ou seja, as Marcas da Distribuição (MDD) vão continuar a crescer. Detendo actualmente uma quota superior a 34%, os dados divulgados pelo responsável da consultora mostram que 6 em cada 10 consumidores compram MDD nestes tempos de crise e que 9 em cada 10 continuarão a comprar as marcas próprias da distribuição mesmo depois de ultrapassada a actual conjuntura económica difícil.

Revelando que quase 60% dos produtos baixaram o seu preço, Amaral admitiu que são os produtos que estão mais perto da sua utilização final que serão mais apreciados pelos consumidores, indo, assim, ao encontro do que referiu Ana Paulo Barbosa, ou seja, conveniência.

Finalmente, Vítor Amaral destacou duas tendências para o futuro dos Bens de Grande Consumo (BGC): o consumidor mais idoso e o online. Se no primeiro caso é indesmentível que a população está a envelhecer, tanto retalhistas como fabrincates terão de adaptar as suas ofertas a esta “nova” faixa de consumidores, colocando mesma a possibilidade de algumas lojas terem de alterar o seu ambiente, de modo a permitir uma mais fácil circulação da população mais idosa nos pontos de venda.

Para os fabricantes foram, por sua vez, destacadas as mensagens que os produtos terão de passar a transmitir, bem como uma adaptação do packaging às novas exigências por parte destes consumidores.

No online, e como já tinha sido referido pela retailer services director da Nielsen, este é um canal que não poderá ser ignorado tanto por retalhistas como por fabricantes. Com os indicadores de vendas online a serem ainda baixos “só haverá espaço para crescer”.

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