APED reconhece desequilíbrio negocial dos pequenos produtores

“Existe um desequilíbrio na relação de poder entre a Distribuição Moderna e os pequenos produtores”, assumiu Luís Reis, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), no primeiro frente-a-frente de 2011 com João Paulo Girbal, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca (CENTROMARCA), organizado pela Associação Comercial de Lisboa.

Este desequilíbrio de forças entre produtores e distribuidores foi reconhecido em Outubro do ano passado num relatório da Autoridade da Concorrência. Segundo o documento “o desequilíbrio é, em geral, desfavorável aos fornecedores e manifesta-se de forma mais acentuada na imposição unilateral de condições, descontos e outras contrapartidas, penalizações e prazos de pagamento”.

Apesar de reconhecer o desequilíbrio negocial dos pequenos produtores, Luís Reis revela que a situação inverte-se na relação negocial com os associados da Centromarca.

“Metade dos associados da Centromarca têm as fábricas de produção fora de Portugal e criam emprego e riqueza nesses países. São as multinacionais detentoras das grandes marcas. A relação de forças na negociação com as grandes marcas é desfavorável para a distribuição. Porque são as marcas que mandam. Não há distribuidores que possam dar-se ao luxo de não ter essas marcas nas prateleiras”.