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Produtores alentejanos querem diminuir a sua pegada de carbono

Por a 20 de Outubro de 2010 as 11:04

O Alentejo é, em Portugal, a região piloto para a aplicação das mais recentes metodologias e normas internacionais que têm por base a análise de ciclo de vida desde a vinha ao vinho, com o intuito de determinar a sua pegada de carbono.

No sector agro-alimentar e em particular no sector do vinho existem já alguns produtores, maioritariamente na Austrália e Nova Zelândia que reclamam e publicitam o vinho Carbon Neutral. A realização e execução de projectos associados à medição e mitigação dos gases (GEE) emitidos na vinha, adega e distribuição para o mercado global resultam na diminuição significativa da pegada de carbono.

Nesse sentido, as empresas de consultoria agrícola, O TREVO e CONSULAI em parceria com a VINIPAX, promovem, dia 23 de Outubro, pelas 16h30, no Parque de Feiras e Exposições de Beja o colóquio “Pegada de Carbono no Vinho Alentejano”.

Daniel Montes, da empresa O TREVO, refere que “apesar da actividade vitivinícola não ser um grande contribuinte líquido para as emissões de GEE, é sem dúvida uma das actividades que mais sofre com as alterações climáticas. No Alentejo em particular, crê-se que o aumento de temperatura dificultará a produção de vinho, nesse sentido, a medição da pegada de carbono permitirá não só demonstrar a relação de proximidade das actividades agrícolas com a protecção do meio ambiente, como possibilitará a tomada de responsabilidade directa relativa às emissões de GEE, com a sua determinação e possível compensação”.

O desenvolvimento destes projectos permite ainda ao produtor ter uma visão global de todos os processos energéticos envolvidos actuando em conformidade num sentido de uma melhor eficiência energética e de recursos que se irão reflectir igualmente em cortes de custos significativos.

A Pegada Carbónica é uma medida do impacto que as nossas actividades têm no meio ambiente e, em particular, nas alterações climáticas. A sua relação está intimamente ligada com a quantidade de gases com efeito de estufa (GEE) emitidos durante as nossas acções do dia-a-dia, com os meios de transporte que utilizamos, com a energia que gastamos em casa, mas também com os hábitos de consumo, nomeadamente na escolha de produtos alimentares.

A possível legislação europeia da pegada de carbono tem sido alvo de acesos debates, mas dificuldades metodológicas e de normalização têm atrasado o processo de introdução desta informação nos rótulos dos produtos alimentares. O grande impulso para que esta informação fosse disponibilizada surgiu pela mão de grandes cadeias de retalho como as inglesas Tesco e Marks&Spencer, e por outras empresas com estratégias vocacionadas para a sustentabilidade, dando resposta aos consumidores mais atentos às questões ambientais.

No Alentejo, dois produtores, a Herdade da Mingorra e a Herdade Paço do Conde, estão já em fase de implementação do projecto que lhes irá analisar todo o ciclo de vida dos seus produtos.

O colóquio “ Pegada de Carbono no Vinho Alentejano” tem como objectivo descortinar um processo ainda desconhecido em Portugal. As necessidades, tendências e oportunidades no mercado do carbono para o sector agrícola e florestal; as metodologias e casos de estudo para cálculo da pegada de carbono no vinho alentejano e Benchmarketing sectorial, comunicação e valoração da pegada de carbono serão os temas debatidos.

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