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Comissário europeu visita Mercosul para nova ronda de negociações

Por a 14 de Setembro de 2010 as 10:23

Karel De Gucht, comissário da UE para o Comércio, fará uma visita importante ao Brasil, que exerce actualmente a presidência do Mercosul, e à Argentina, até ao dia 16 de Setembro. O comissário explorará com os seus homólogos a melhor forma de dinamizar as negociações comerciais UE-Mercosul actualmente em curso, bem como a melhor forma de aproveitar as potenciais oportunidades de exportação nestes mercados.

“Dado o crescimento económico do Mercosul, considero que existem oportunidades importantes nesta região para os exportadores, os investidores e os prestadores de serviços da UE nos próximos anos”, referiu Karel De Gucht à partida para a América do Sul. “Um acordo de comércio livre equilibrado e ambicioso entre a UE e o Mercosul pode assim acarretar benefícios económicos substanciais para ambas as partes e contribuir para a retoma económica”., salientou.

Hoje (Terça-feira), o comissário reunir-se-á com representantes políticos de alto nível no Brasil, nomeadamente o ministro dos Negócios Estrangeiros, Celso Amorim, e o ministro do Comércio, Miguel Jorge. Durante a sua visita à Argentina, a 15 de Setembro, o comissário reunir-se-á com o chanceler Hector Timerman e com a ministra da Indústria, Deborah Giorgi.

O comissário abordará o processo de negociações em curso entre a UE e o Mercosul, bem como as questões comerciais bilaterais mais importantes, reunindo-se ainda com dirigentes empresariais e com representantes da indústria europeia.

De referir que a UE deu início a negociações de comércio livre com o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) em 1995, tendo essas negociações sido suspensas em 2004 sem ter sido alcançado um acordo. A Comissão Europeia decidiu relançar as negociações com o Mercosul em Maio de 2010, o que foi apoiado pela Cimeira UE-Mercosul em Maio. Desde então, teve lugar uma ronda de negociações em Buenos Aires, em Junho de 201, com a próxima a estar marcada para Outubro de 2010, em Bruxelas.

Relembre-se que o Mercosul é um grande mercado, com um potencial de crescimento elevado. O PIB total da região eleva-se a 1.300 mil milhões de euros, superior ao de países como a Coreia do Sul, Índia ou Rússia. A taxa média de crescimento nos últimos anos foi de 4-6 % para o Brasil e de 6-9 % para a Argentina.

Para muito, o Mercosul é um parceiro cada vez mais importante para a UE. Em termos de exportações da UE, o Mercosul encontra-se na mesma posição que a Índia e à frente do Canadá e da Coreia. Nos últimos quatro anos antes da crise, as exportações da UE para o Mercosul aumentaram mais de 15 % anualmente. Os investimentos da UE no Mercosul atingem mais de 165 mil milhões de euros, o que é superior ao conjunto dos investimentos da UE na China, Índia e Rússia.

No entanto, o Mercosul é um mercado relativamente protegido, tanto em termos de barreiras pautais como não pautais. A taxa média da protecção pautal aplicada é de cerca de 13 % (a protecção média consolidada é superior a 30 %), mas a protecção em sectores de interesse especial para os exportadores da UE é ainda mais elevada (por exemplo, 35 % para automóveis). Para a UE, o benefício económico poderia representar um aumento de cerca de 4,5 mil milhões de exportações por ano.

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