Clima para a Mudança – Grandes Domésticos
A evolução dos grandes domésticos em 2009, a nível mundial, foi marcada por duas tendências distintas, com os países auditados no hemisfério sul a apresentarem, na sua generalidade, crescimentos e os países do hemisfério norte a registarem quebras importantes.
Na Europa, apesar das tendências negativas comuns, pudemos observar comportamentos diferenciados a Ocidente e a Leste. Nos países ocidentais, o período de maior impacto teve início no último trimestre de 2008 e prolongou-se até ao final do primeiro semestre de 2010, com quebras entre os 4,5% e os 7% em unidades. Já nos países de Leste (excluindo Rússia e Ucrânia) a situação começou a agravar-se mais tardiamente: registaram-se decréscimos sucessivos desde o final de 2008 mas pouco acentuados no início e acima dos 20% no último quadrimestre de 2009.
Produto a Produto
Na Europa Ocidental, todos os grandes domésticos apresentaram tendências negativas em 2009, traduzindo-se numa quebra total de 2,9% em unidades.
Em Portugal, os congeladores e os produtos de roupa constituíram a excepção a este cenário. No primeiro caso, com crescimentos de 3%, e no segundo, com 2% para máquinas de lavar roupa e 10% para secadoras, em facturação. Os restantes produtos acompanharam as tendências europeias, com os frigoríficos e as máquinas de lavar louça a cair 4% em valor.
Os produtos de encastre foram os mais afectados: os fornos e exaustores tiveram a sua facturação nacional reduzida em 7% e as placas em 4%.
Novas Tendências
Em 2009, surgiram pela primeira vez, no mercado nacional, frigoríficos com classificação A++ e, nas máquinas de lavar roupa, houve um aumento do peso de produtos mais eficientes que a classe A.
Face a uma maior pressão junto do consumidor para que opte por equipamentos mais eficientes, cabe aos players do mercado comunicar os benefícios tangíveis de forma clara e objectiva. Por exemplo, traduzir o consumo energético num valor em Euros ajuda o consumidor a perceber se o investimento inicial é compensado em poupança de custos energéticos ao longo da vida útil do produto.
Assumir este papel pedagógico é fundamental para fabricantes e retalhistas porque o incremento da procura de produtos mais eficientes revela-se uma importante oportunidade de aumento do valor gerado pelas suas vendas.
Paula Guerra, MDA Product Manager da GfK