Destaque Distribuição

“A luta continua”, diz APED

Por a 30 de Março de 2010 as 15:11

Foi desta forma que Luís Vicente Dias, presidente da APED, se referiu à “velha” questão da abertura das grandes superfícies aos domingos e feriados à tarde durante a apresentação do 1.º Barómetro de Vendas da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), apresentado hoje (Terça-feira).

Garantido que a abertura das lojas aos domingos e feriados à tarde representaria “a criação de cerca de 5.000 postos de trabalho, directos e indirectos, no primeiro ano”, e, na próxima década, “mais de 8.000 empregos”, o responsável pela associação destacou ainda “o impacto que a aprovação desta medida teria a nível macroeconómico, significando entre 2,3 e 2,7 mil milhões de euros até 2017, com maior impacto no ramo não alimentar”. “Ninguém poderá admitir que a abertura destas lojas aos domingos e feriados à tarde não representa a criação de emprego”, salientou o presidente da APED.

Vicente Dias salientou ainda que “se esta medida não for aprovada, serão os portugueses a pagar 2,5 mil milhões de euros para as lojas continuarem fechadas”, já que as contas indicam 1,5 mil milhões de euros de receitas fiscais, cerca de 500 milhões em investimento e 498 milhões de euros decorrentes da criação de postos de trabalho.

Admitindo que a actual lei “não faz nenhum sentido”, referindo mesmo que possui “carácter reaccionário”, o presidente da APED nem considera a possibilidade levantada por alguns partidos políticos na Assembleia da República, nomeadamente o Bloco de Esquerda e CDU, para que o comércio encerre totalmente ao domingo, referindo que “isso seria andar para trás. Uma medida dessas não se justificaria de forma alguma no século XXI. Esses partido, felizmente, têm 6 e 9% dos votos. Do lado dos consumidores, cerca de 70% são da opinião que o comércio deve estar aberto aos domingos e feriados à tarde. ”.

Em relação ao parecer emitido recentemente pela Procuradoria-Geral da República, Vicente Dias salientou que, embora se possa considerar como um “avanço”, não deixou de frisar que se criou ainda uma maior “descriminação, já que os formatos que ainda não podem abrir ao domingo estão ainda a ser descriminados, existindo uma distorção da concorrência”.

Referindo que este tema “está sempre na nossa agenda”,Vicente Dias disse ainda que esta medida não se limita aos hipermercados: “também algumas insígnias não alimentares sofrem com esta”, salientando a impossibilidade de lojas como o Ikea ou El Corte Inglés também não abrirem nestes horários.

Concluindo que “somos contribuintes líquidos para a modernização do comércio tradicional”, os responsáveis da APED deixaram claro que “CAP, CIP e DECO assinaram a favoravelmente a liberalização do comércio no Conselho de Concertação Social”.

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